Precariedade e luta por reconhecimento nas metamorfoses de crianças e jovens em situação de rua: as narrativas de Teseu, Aquiles e Jasão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Maria da Conceição Gomes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/57480
Resumo: A existência de crianças e jovens em situação de rua, denunciam de forma contundente o tratamento dado a infância e juventude pobres do Brasil. Levados muito cedo a utilizar a rua como espaço de sobrevivência e sociabilidade, a essas pessoas são atribuídas, geralmente, identidades estigmatizadas como perigosas e marginais. Entende-se que estas condições são forjadas em categorizações sociais que lhes reservam um lugar de segregados e excluídos, vidas legadas ao abandono e à exceção. Neste sentido, este trabalho, a partir das narrativas de três jovens que experienciaram a situação de rua na infância e na adolescência, visou compreender como se processaram as metamorfoses de suas identidades e suas lutas por reconhecimento diante da precariedade de suas existências. As narrativas dos jovens apontam que há uma enorme invencibilidade na substância humana, que mesmo nas condições mais adversas, seguem lutando. É este o pressuposto básico da compreensão da identidade humana como metamorfose, que mesmo repondo identidades estigmatizadas, mesmo apresentando formas incompreensíveis àqueles olhos que se recusam a lhes perceber a humanidade, seguem sobrevivendo. Concluímos que as identificações como marginais, perigosos e violentos atribuídas às crianças e jovens em situação de rua, são construções sociais que visam desqualificar e tornar descartáveis as vidas cuja insistência em continuar vivendo tensionam o próprio sistema que lhes dão origem, nem que sigam golpeando às cegas. Por fim espera-se que este trabalho ofereça possibilidade a outras investigações, outras visões de mundo, para que se possa vislumbrar a implantação de políticas públicas efetivas que possibilitem fragmentos de emancipação e permitam processos de autodeterminação aos indivíduos das classes invisibilizadas e subalternas.