Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Bastos, José Romário Rodrigues |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/60068
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Resumo: |
Esta tese, Combates por justiça e direitos: história da luta pela terra no Ceará, estuda os camponeses em seus modos de viver, trabalhar e lutar no período de 1950-1964. São estudadas as experiências de homens e mulheres do campo e suas vidas atravessadas pela sujeição, miséria e fome desde os primeiros anos. Entretanto, nota-se a vontade dos explorados em teimar e resistir através de embates diretos, desobedecendo as ordens de feitores e patrões, cobrando indenização ante os despejos e denunciando em público, os desmandos dos donos da terra. Tais fatos sociais são observados nos diversos espaços de atuação coletiva e verbalizados ou ecoados pelas canções e versos da poesia popular que compartilha saberes via jornal Terra Livre. A sindicalização rural no Ceará é discutida ao enfatizar a atuação dos camponeses naquele movimento, eles agem desde a criação das primeiras Associações, participam das mobilizações, levantam a voz em assembleias e reuniões, compõem suas diretorias e ocupam, portanto, lugar de destaque nessa história. São estudados os conflitos entre camponeses e fazendeiros/grileiros ocorridos em diferentes cidades do Ceará. Notamos os trabalhadores da fazenda Cobra dos Veados, no sertão de Canindé em 1963, não cedendo às ameaças e agressões do fazendeiro; em Quixadá, os camponeses da Fazenda Oiticica em 1963 viram no sistema de meia, que obrigava a entregar a metade da produção ao proprietário, um dos principais motivos de sua miséria, animando sua luta; em Aracati, em meio a emboscadas e destruição de roçados pelos grileiros, em 1962 se organiza a resistência dos trabalhadores pelas terras de Cabreiro. Esta pesquisa aborda a problemática da terra urbana em face dos conflitos entre moradores, grileiros e imobiliárias em Fortaleza na década de 1960, refletindo sobre o problema do latifúndio urbano e a especulação imobiliária, os quais produzem a segregação espacial e negam aos pobres o direito à moradia. É na “capital do despejo” que os moradores dos bairros Lagamar, Pirambu e Padre Andrade tentam se fixar organizando sua resistência ante os grileiros e a morosidade ou conivência dos agentes públicos. Uma linha de força na argumentação da Tese é o fio da memória camponesa, aqui discutida em relação aos conteúdos de violência e repressão da ditadura civil-militar de 1964 e iniciada desde o golpe em abril, como demonstram, à larga, os testemunhos vários que confirmam a ação dos dispositivos da repressão em direção aos movimentos camponeses. |