Eros em movimento: a aprendizagem do desejo em Clarice Lispector

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ferreira, Tayla Maria Leôncio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/56506
Resumo: Publicado originalmente em 1969, a obra Uma Aprendizagem ou O livro dos Prazeres (1998) da escritora Clarice Lispector é tema de discussão sobre o erotismo nessa dissertação. Nesse romance, é construída uma cartografia das sensações, uma pedagogia do desejo ao ser narrada a trajetória de Loreley, professora primária que encontra em Ulisses, professor universitário de Filosofia, o caminho para a construção do prazer compartilhado. Objetiva-se com este estudo analisar como o erotismo, impulso consciente que lança a tentativa de transgredir os limites da existência, acompanha a trajetória de Loreley. Ao precisar assumir sua totalidade enquanto ser, ela se depara com as barreiras culturais e ideológicas, e evidentemente, psicológicas. Percebe-se que Loreley, como mulher, aspira a satisfações além das atividades domésticas e da maternidade, ao viver uma tensão marcada pela vontade em experimentar o amor e o prazer. Nesse percurso, Eros surge como uma tentativa de recuperar a relação homem-natureza da personagem, a partir da dimensão sensória recobrada pelo contato com o desejo. O mito grego de Eros apresentado nas diversas narrativas em O Banquete (2016) de Platão afirma que o erotismo só pode ser definido a partir de seu próprio movimento. Já Georges Bataille (2017) explica que o erotismo é o movimento do ser em nós mesmos. Não pode haver definição de Eros, portanto, se não for a partir do caminho que ele mesmo executa. É o que anseia Loreley em sua caminhada, buscando satisfazer seus desejos que só podem ser experimentados através do percurso da aprendizagem. Para embasar a análise proposta neste trabalho, conta-se com as formulações teóricas dos escritores Georges Bataille (2017), Sigmund Freud (2016, 2017, 2018), Michel Foucault (1988), Octavio Paz (1994), Marilena Chaui (1984), e Lúcia Castello Branco (1984), comparando pensamentos como: desejo, interdito, transgressão, pulsão, erotismo e sexualidade.