Aspectos imunológicos do Lupus eritematoso sistêmico em nosso meio (Fortaleza - Ceará)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1998
Autor(a) principal: Teixeira, Irami Pinheiro Tavares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/77293
Resumo: LES é uma doença que acomete vários órgãos e sistemas do ser humano. A etiologia é desconhecida, mas vários fatores, tais como, genéticos, imunológicos, ambientais, virais e até emocionais estão envolvidos com sua fisiopatologia. A prevalência do LES nas diversas regiões do planeta é bastante variável sendo de 4 a 250/100.000 habitantes. No Brasil, sua prevalência é desconhecida. O Les se enquadra no grupo das doenças auto-imunes, apresentando muitas alterações imunológicas. As mais frequentes relatadas na literatura mundial são: a produção excessiva de auto-anticorpos e as alterações nos linfócitos T . O sistema imunológico e suas alterações incluindo a resposta imunológica, são determinadas geneticamente e são influenciadas pelas interações do indivíduo com o ambiente. A nossa região tem características climáticas e sócioculturais que podem atuar no sistema imunológico e consequentemente as alterações encontradas nos pacientes com LES. Este trabalho tem por objetivo comparar algumas alterações imunológicas encontradas em pacientes com LES no nosso meio com aquelas descritas na literatura mundial e procurar possíveis relações entre estas. Os pacientes com LES (n=20) foram provenientes do HUWC e HGCC, o grupo controle n=20 se constituiu de indivíduos normais pareados por idade e sexo, todos residentes em Fortaleza. A anamnese, exame clínico, exame hematológico e imunológicos foram usados na obtenção de informações para os critérios de inclusão ou exclusão dos indivíduos no trabalho e para classificar os pacientes no índice de atividade SLEDAI. (gravidade da doença). Os parâmetros para a avaliação imunológica foram obtidos, através da imunofenotipagem do linfócitos T (CD3), LT auxiliares (CD4),LTs/c supressor/citotóxico(CD8), linfócito B (CD19) e células NK (CD56) por citometria de fluxo, detecção dos auto-anticorpos anti DNAnativo e antifosfolipide por métodos imunenzimático e exames hematológicos. Os resultados mostraram que o tempo de patologia variou de 30 dias a 11 anos com x = 4,1 anos, o índice SLEDAI variou de 0-35 com média de 11.8 e s=9.8. As principais manifestações clínicas apresentadas foram alterações de pele, mucosa e alopécia em 08(40%), artrite em 06(30%), vasculite em 5 (25%), serosite em 4(20%) e alterações do Sistema Nervoso Central (SNC) em 04(20%). As alterações laboratoriais principais foram: redução dos componentes do complemento (C3 e/ou 04) 13(68%), proteinúria 6(30%), hematúria 6(15%). As alerações no hemograma foram redução do hematócrito com x = 33.1% e dos linfócitos totais com x= 1.680 cels/mm3 ambas com p<0.005 quando comparadas ao grupo controle. A Imunofenotipagem dos pacientes com LES em comparação com o grupo controle em valores absolutos mostrou redução na quantidade de LT(CD3) com p<0.01, Ltauxiliares (CD4) p<0.03), nos LTs/c (CD8) e das células NK p<0.005 a média dos valores encontrados foram as seguintes: linfócito T (CD3) de 1.259,3 cels/mm3, CD4 de 766,5 cels/mm3 e CD8 de 428,6 cels/mm3. Houve correlação de (Pearson) significativa e negativa entre o índice SLEDAI e os LT(CD3) e os LTs/c(CD8) com r = -0.53, r = -0.63 respectivamente e positiva com os LB(CD19) r = + 0.56. Detectamos anticorpos anticardiolipina da classe IgG e IgM em 10 e 20% respectivamente estando todas com SLEDAI maior que 12. As alterações clínicas e imunológicas encontradas nos pacientes com LES apresentam muitas semelhanças ao que é descrito na literatura, porém ressaltamos que algumas diferenças apresentadas podem ser devidas às características de nossa região, e necessitam ser melhor estudadas para se definir as reais implicações destas no sistema imulógico dos pacientes com LES.