Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Alcântara, Maria da Penha de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/4235
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Resumo: |
A Insuficiência Renal Crônica Terminal (IRCT) caracterizada pela perda progressiva, persistente e irreversível das funções renais vem aumentando consideravelmente a cada ano. Com o objetivo de conhecer o perfil das manifestações clínicas que acometem os renais crônicos sob terapia hemodialítica, realizou-se um estudo longitudinal prospectivo envolvendo 83 pacientes procedentes de três clinicas de hemodiálises na cidade de Fortaleza. Utilizou-se como principal instrumento de coleta de dados um questionário que foi aplicado aos pacientes por meio de entrevista. Os pacientes foram observados durante duas sessões de hemodiálise por semana e seguidos por dois meses, correspondendo assim a 1.328 sessões de hemodiálise analisadas. Os resultados demonstraram que 45 (54%) eram do sexo masculino com uma média de idade de 47 anos (DP ± 16) e em relação a renda familiar esta se encontrava entre 1 e 2 salários mínimo para 57 (69,5%) dos pacientes. Quanto à doença determinante da IRCT verificou-se que 40% dos pacientes tiveram causa não identificada. Em se tratando da utilização de medicamentos verificou-se uma média de 10 medicamentos por paciente e houve uma relação quanto maior o número de medicamentos maior o número de manifestações clínicas observadas (p=0,001). Cerca de 80% dos indivíduos em algum momento do estudo deixaram de receber pelo menos um dos medicamentos excepcionais. Verificou-se a presença de manifestações neurológicas (87%), cardiovasculares (81%), musculoesqueléticas (69%), gastrointestinais (66%), anemia (66%) e dermatológicas (55%). Em relação às manifestações gastrointestinais verificou-se que pacientes com Taxa de Redução da Uréia <65% tinham duas vezes mais chance de apresentar tais manifestações (RR-1,90) Ic 95% (1,43-2,5). A sorologia positiva para hepatite C foi observada em 25% dos indivíduos. Sendo que pacientes com mais de 5 anos em tratamento dialítico tem 4 vezes mais chances de ter hepatite C. (RR 3,99) Ic 95% (1,72-9,20). Das manifestações observadas durante as sessões de hemodiálises a mais freqüente foi a cefaléia 66% (55). A presença de alguma manifestação clínica foi verificada em 100% dos pacientes e aqueles que tinham mais tempo de hemodiálise (> 5 anos) apresentaram maior número de manifestações quando comparados com indivíduos com menor tempo em HD (< 5 anos), sendo esta diferença estatisticamente significante (p=0,043). O Sistema Único de Saúde foi o responsável por 94% dos atendimentos. Conclue-se que indivíduos semi-analfabeto do sexo masculino com idade superior aos 45 anos e renda entre 1 e 2 salário mínimos são os indivíduos mais atingidos pela IRCT embora esta possa atingir qualquer pessoa em qualquer período da vida. As manifestações clínicas mais freqüentes foram neurológicas, cardiovasculares e musculoesqueléticas. A garantia do acesso ao medicamento é negada a grande maioria destes pacientes, a falta do medicamento leva a ineficiência de todo processo terapêutico ocasionando transtorno ao paciente e diminuindo sua qualidade de vida. |