Estudo da distribuição da frequência de genótipos de Helicobacter pylori em lesões gástricas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Carmo, Ana Paula Santos do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/10987
Resumo: A bactéria Helicobacter pylori é um agente etiológico bem estabelecido para o desenvolvimento de lesões gástricas como gastrite, úlcera péptica, metaplasia e doenças malignas, com alta incidência de infecção todo mundo, porém cerca de 80% dos indivíduos infectados permanecem assintomáticos e apenas uma minoria desenvolve doenças a ela relacionadas. Estudos tem sido realizados na tentativa de identificar a relação de genes determinantes da patogenicidade de H. pylori, entretanto, até o momento apenas os genes cagA e o alelo de vacA s1m1 são considerados marcadores de virulência para o desenvolvimento de lesões gástricas mais graves. A bactéria H. pylori possui uma alta variabilidade genética sendo que um dos mecanismos propostos para o desenvolvimento de lesão seria através da inflamação. Diferenças na intensidade de respostas inflamatórias poderiam ser decorrentes do perfil genotípico da cepa infectante. Recentes estudos apontam a importância dos genes cagE, virB11 de H. pylori, em câncer gástrico. Entretanto, estudos em lesões gástricas são restritos. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar o perfil genotípico das cepas de H. pylori quanto a presença dos genes de virulência cagA, cagE, virB11, vacA e flaA, circulantes no estado do Ceará em 201 casos de lesões gástricas de diferentes gravidades, coletadas de pacientes dispépticos atendidos em três hospitais de Fortaleza-CE. A detecção de H. pylori foi feita através da amplificação do gene ureC, e os genes estudados por amplificação de fragmentos específicos, usando a técnica de PCR, e foram observados em gel de agarose 1% e poliacrilamida a 6% e 8%. Nesse estudo houve um predomínio do sexo feminino 59% (119/201), principalmente na faixa etária (15-44) 30% (61/201), e alta taxa de infecção por H. pylori 97,5% (196/201). A gastrite crônica ativa (GCA), foi a lesão gástrica mais frequente (55,7%;112/201), associada a pacientes na faixa etária de 15-44 (36,6% : 41/112) opondo-se à metaplasia intestinal onde a frequência dos casos aumentou com a idade sendo maior em pacientes mais velhos 46% (16/35), o que concorda com a literatura. O único caso de displasia ocorreu numa paciente > 65 anos. As lesões gástricas foram predominantemente localizadas no antro. O gene cagA foi mais frequente na gastrite crônica ativa (GCA), estando também em alta frequência na gastrite atrófica (GA) e metaplasia intestinal (MI). Na GCA foi observado também alta freqüências dos genes cagE, virB11, vacAm1 e flaA com diferença estatística quando comparada com a gastrite crônica inativa (GCI) (cagA - p=0,007 cagE- p=0,000, virB11 - p=0,005, vacAm1- p=0,047 e flaA - p=0,001), sendo que os genes virB11 e flaA foram mais frequentes na GCA que na úlcera. Os alelos s1 e m1 de vacA , bem como a combinação s1m1 foram os mais frequentes nas lesões gástricas. Os casos H. pylori positivos foram agrupados de acordo com a presença dos genes estudados, levando em consideração a presença do alelo s1 e os genes da ilha. Nestas análises foi observada maior frequência de cepas contendo os genes vacA s1 e [Ia (cagA+, cagE+ e virB11+ ) + Ib (cagA+ e virB11+; cagE+ e virB11+) ; 47,7% ] na gastrite crônica ativa em relação a gastrite crônica inativa (GCI), esta última com maior frequência de cepas dos grupos [Ic (cagA+ ou cagE+ ou virB11+ ou cagA+ e cagE+) +Id (ureC+); 62%]. Adicionalmente, maior frequência de cepas pertencentes aos grupos Ia e Ib foi observada na metaplasia intestinal incompleta, (59%), enquanto que na metaplasia intestinal completa uma maior frequencia de cepas pertencentes aos grupos Ic + Id, (78%) (p=0,027). Todos os casos de gastrite atrófica e úlcera eram do grupo I, e o único caso de displasia pertencia ao grupo Ia. Esses dados evidenciam uma associação de cepas com genótipos mais virulentos em lesões com potencialidade de malignização.