Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Medeiros, Aline da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
www.teses.ufc.br
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/14509
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Resumo: |
Esta tese se guiou pela seguinte pergunta: como se davam os consumos de remédios em relação com as experiências do tempo? Tomando como ponto de partida o estado do Ceará, interessava compreender como as práticas de saúde ocorriam ao longo dos séculos XIX e XX, pondo ênfase, a partir de movimentos do cotidiano, sobre suas espessuras temporais. Diante da natureza fragmentária das fontes coligidas (romances, memórias, anúncios, documentos oficiais), forjou-se uma estratégia metodológica: a consulta de livros de medicina autoinstrutivos. A leitura destes livros, sobretudo do Lunário Perpétuo, de Jerônimo Cortez, e do Diccionario de Medicina Popular, do Dr. Chernoviz, não apenas trouxe maiores elementos para a compreensão das lógicas de consumo, como também levou a uma ampliação semântica do conceito de remédio. A partir de então, a palavra remédio compreendia não essencialmente uma substância, mas uma multiplicidade de produtos, gestos e artefatos, entre os quais os próprios livros. Tratou-se de delinear algumas experiências do tempo manifestadas por essas práticas de remediar: a medicina humoral em suas associações com as rotas astrais; as relações entre saúde e salvação, pelos entrelaçamentos entre corpo e alma, solidárias a uma certa ideia de eternidade; o paradigma clínico que orienta terapêuticas num corpo individualizado a transformar-se potente para o trabalho e a construção do futuro etc. Estes três planos ou estratos temporais, assim como alguns outros que se esboçam nas práticas de remediar, apresentam procedências, durações, ritmos e velocidades particulares, reorganizando ademais as reciprocidades entre passado e futuro. Entretanto, são simultâneos e, nas diversas circunstâncias do cotidiano, se colocam em relações de conflitos e de consensos. |