Inferência causal no diagnóstico estratégico das desigualdades socioespaciais na acessibilidade e mobilidade ao trabalho em Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Belo, Maria Cristina Cavalcante
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/78766
Resumo: No atual paradigma do planejamento urbano integrado, a análise das causas da problemática urbana deve ser realizada no nível estratégico, buscando diagnosticar as desigualdades socioespaciais na acessibilidade e os seus efeitos sobre os padrões de mobilidade. Porém, as metodologias encontradas na literatura apresentam deficiências no ferramental utilizado, não controlando problemas de endogeneidade e relações espúrias, sendo a teoria da inferência causal um caminho que vem se mostrando adequado para conduzir essas análises. Dessa forma, o objetivo principal deste trabalho de mestrado é desenvolver um método baseado na teoria da inferência causal para investigar os determinantes das desigualdades socioespaciais na acessibilidade e seus efeitos sobre os padrões de mobilidade, no nível estratégico do planejamento urbano integrado. Através da análise das propostas de diagnóstico, foi possível identificar as principais lacunas metodológicas. A proposta metodológica desenvolvida inicia com a definição das hipóteses e um mapa mental, que são apoiados por uma análise conceitual sobre o fenômeno. A partir do mapa mental, é formulado o diagrama causal, fazendo-se uma análise dos dados disponíveis que podem melhor representar o fenômeno em estudo. Em seguida, são realizados testes de correlação entre as variáveis no diagrama. Os modelos são então formulados e são realizados testes sobre as premissas do modelo para então se escolher o estimador. O método foi aplicado com dados da cidade de Fortaleza, sendo analisadas as causas das desigualdades socioespaciais na acessibilidade e seus efeitos sobre os padrões de mobilidade ao trabalho. Do ponto de vista metodológico, os resultados mostraram que a teoria da inferência causal traz uma importante contribuição para a análise do fenômeno da problemática da acessibilidade e mobilidade ao realizar uma análise conceitual para a formação e posterior teste de hipóteses. A utilização puramente do ferramental de inferência estatística, além de estar suscetível aos vieses causados por endogeneidade ou má especificação dos modelos, podem levar a má interpretação dos resultados. Os resultados da análise fenomenológica para a cidade de Fortaleza apoiaram a hipótese de spatial mismatch entre a população de baixa renda e seus empregos. Existem evidência para se acreditar que a população que vive nas periferias possuem uma pior acessibilidade, bem como que a população de baixa renda é a mais prejudicada por esse problema. As características do uso do solo se mostraram mais relevantes sobre a acessibilidade da população que utiliza o modo coletivo. Os resultados também apontam que, para a população de baixa renda, a melhoria na acessibilidade, apesar de não possuir resultados significativos no número de viagens, diminui as distâncias viajadas por modo motorizado. Dessa forma, é possível afirmar que a má distribuição das atividades sobre o espaço é uma restrição maior do que as ineficiências no sistema de transportes, contribuindo para padrões de mobilidade menos sustentáveis.