A tensão entre oralidade e escritura como reveladora do que é filosofia para Platão: um estudo do Fedro e da Carta VII à luz das doutrinas não escrita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Carvalho Júnior, Adail Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/6525
Resumo: O presente estudo busca investigar a Tensão entre oralidade e escritura como reveladora do que é Filosofia para Platão, tensão que se apresenta no diálogo Fedro e na Carta VII. Vários questionamentos nos vêm à mente quando abordamos essa tensão entre a oralidade e a escritura no pensamento filosófico de Platão; teria ele concebido uma doutrina que buscasse preservar a escrita para um público amplo e reservado o ensinamento oral para membros da Academia? Será que a palavra ‘doutrina’ seria o termo certo para expressarmos sua filosofia, sobretudo quando consideramos as ambigüidades encontradas nos seus diálogos? Essa interpretação doutrinal vem até nós através da Escola de Tübingen que recupera e valoriza as ditas “doutrinas não escritas de Platão”, no final dos anos de 1950, com H. Krämer e K. Gaiser; a partir de 1980, ganhando impulso com os trabalhos de G. Reale que interpreta e atribui a Platão um ensinamento esotérico, cuja referência seria os seus ensinamentos orais, Reale traduz para o italiano a pesquisa do grupo de Tübingen e elabora uma versão própria das teses esotéricas. A posição que apresento nessa investigação é baseada na contraposição entre a tese da Escola de Tübingen e a obra de F.Trabattoni (1998). Para Trabattoni, é necessário uma leitura mais atenta do diálogo e da carta de modo a se buscar uma análise da obra como um todo, não somente de alguns fragmentos do diálogo e da carta. Para o comentador italiano o texto platônico requer os mesmos procedimentos de análise utilizados em qualquer texto encenado, no qual, mostra-se lícito encontrar algumas opiniões efetivamente defendidas pelo autor assim seja necessário analisar o texto em seu conjunto, fazendo com que tais opiniões se originem do enredo dramático de ação e diálogo.