Prostituição masculina e HIV/AIDS : um estudo epidemiológico em municípios do Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Chao, Giselle Fonseca
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/1031
Resumo: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e as demais doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) são importantes causas de morbidade em todo o mundo, com consideráveis repercussões sociais e econômicas. O estudo objetivou estudar o comportamento, práticas sexuais, prevalência do HIV e Sífilis entre os profissionais do sexo masculino. Realizou-se um estudo seccional e analítico em quatro municípios do Ceará, Fortaleza, Sobral, Juazeiro do Norte e Crato. Aplicou-se um questionário semi-estruturado em 131 profissionais do sexo, em agosto de 2003, que investigou dados sócio-econômico-demográficos, vida sexual (primeira relação sexual, parceiros fixos e pagantes, número de parceiros e características da vida sexual com os mesmos, uso de preservativo, DST´S),uso de álcool e outras drogas, teste para HIV e Sífilis. Os dados coletados foram analisados pelo do Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 16.0. Criou-se uma variável dependente denominada Envolvimento em Relações Sexuais Desprotegidas (RSD) e realizou-se uma análise bivariada entre esta variável e os possíveis fatores determinantes deste comportamento, através do teste exato de Fischer. A maioria dos entrevistados, era solteiro (85,4%), católico (81,5%), com idade variando entre a faixa etária de 18 a 51 anos. Vinte seis por cento nunca freqüentou a escola ou não concluiu o primeiro grau e 39,7% possuíam o segundo grau completo ou superior. Também a maioria (62,7%) apresentou início precoce da atividade sexual, tendo sua primeira relação antes dos 15 anos e informou que recebeu dinheiro pela primeira vez em troca de sexo antes dos 18 anos (52,3%), ou seja, antes da maioridade. Cerca de metade dos entrevistados (51,5%) tiveram mais de três parceiros sexuais nos últimos sete dias, sendo que (32,0%) afirmaram não ter usado preservativo na última relação sexual com parceiro não pagante. A cerca do uso de drogas 54,4% responderam ter usado bebidas alcoólicas pelo menos uma vez por semana e 1,5% afirmou já ter usado seringas e agulhas para o uso de drogas. A maioria (54,2%) nunca havia feito o teste para a detecção do HIV. Foram realizados 81 testes para o HIV com taxa de detecção de 3,1% de soropositividade. Na análise multivariada, encontrou-se que o consumo de álcool e já ter realizado o teste para HIV estavam independente e significativamente associadas à RSD. Os resultados indicam comportamentos e práticas sexuais de risco são freqüentes entre os profissionais do sexo masculino sugerindo que as dimensões sócio-econômicas e culturais são elementos importantes para a compreensão das práticas entre esta população. Portanto, implicando a necessidade de ajustes às medidas preventivas em relação ao HIV/AIDS e demais DST’S. Concluímos que os profissionais do sexo masculino estão envolvidos em comportamentos de risco para HIV/AIDS e demais DST’S, necessitando aumentar a adesão a práticas sexuais seguras e fornecer informações aos programas de prevenção de DST/HIV/AIDS com o intuito de melhorar o planejamento de suas ações, levando em consideração às especificidades desta população.