Docência e politicidade na Educação de Jovens e Adultos: com a palavra, os professores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Nobre, Eliacy dos Santos Saboya
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/13026
Resumo: Esta pesquisa objetiva examinar as especificidades da docência na Educação de Jovens e Adultos (EJA), sobretudo no que diz respeito à politicidade da educação escolar. Optou-se por voltar a reflexão sobre os aspectos político-pedagógicos da prática educativa com a convicção de que é necessário revitalizar e ampliar essa discussão para o atual contexto histórico, fomentando um diálogo radical a respeito do contributo que a ação docente pode oferecer à classe trabalhadora no processo de conscientização. A pesquisa tem como fonte de investigação as significações pessoais e coletivas do professorado que atua nessa modalidade de ensino. À luz das formulações teóricas de Paulo Freire, investiga-se de que forma os professores de jovens e adultos da rede pública municipal do Crato contribuem para a elevação da consciência crítica de seus educandos via alfabetização escolar. Além da pesquisa de campo, realizou-se uma análise documental dos principais dispositivos que norteiam e normatizam a EJA no Brasil. A parte central deste trabalho foi constituída pela análise das entrevistas semiestruturadas, realizadas com 25 professores que lecionam nas turmas de EJA da rede pública municipal do Crato-CE. Para tanto, optou-se pela Análise de Conteúdo (AC). Discutiu-se, aqui, a respeito de oito temáticas, a saber: (i) identidade e formação docente; (ii) a opção pelo magistério; (iii) a inserção profissional na EJA; (iv) a compreensão do que é EJA; (v) os limites e as possibilidades da docência nessa modalidade de ensino; (vi) a escola como locus de elevação da consciência crítica; (vii) a relação entre alfabetização e transformação da realidade; e (viii) a importância de saber ler e escrever na sociedade vigente. Embora com vários limites - tais como a crença de alguns no poder estrito do “esforço pessoal”, além dos desafios enfrentados pelos docentes, como baixos salários, excessiva jornada de trabalho, precarização na oferta da EJA, dentre outros – concluiu-se, mediante análise dos discursos e significações, que a práxis dialógica e problematizadora dos professores da EJA possibilita profícuos questionamentos e auxilia na formação de subjetividades críticas, capazes de estabelecer uma visão analítica e dialética da realidade circundante.