A Fome, um Romance do Naturalismo?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Almeida, Gildênia Moura de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: http://www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/3441
Resumo: No presente trabalho, analisamos a estrutura do romance A Fome de Rodolfo Teófilo. Obra publicada em 1890, introdutora do Naturalismo cearense, retrata a história da família de Manuel de Freitas, fugindo da seca nordestina, ocorrida entre 1877 a 1879. Com o título A Fome, um romance do Naturalismo? , questionamos se o romance é totalmente da escola naturalista, pois seu enredo é todo romântico. O que caracteriza o Naturalismo são termos científicos que Rodolfo Teófilo expõe na obra, como também o exagero que o autor utiliza em algumas descrições realistas. São registrados fatos que realmente ocorreram, por causa das mazelas que a população estava sofrendo nos três anos de seca cearense, principalmente no ano de 1878, com o dia 10 de dezembro, que ficou registrado na História como “O Dia dos Mil Mortos”, dia que morreram 1004 pessoas doentes com a peste da varíola. Para a análise do romance utilizamos a fundamentação teórica de Forster, Propp e Reuter. O estudo foi dividido em dois capítulos: o primeiro com seis subdivisões, que retrata o Naturalismo da França até chegar ao Ceará, focalizando Rodolfo Teófilo e suas obras; o segundo é a análise da obra com seis subdivisões, que estuda A Fome com uma análise literária em: Ação, Tempo, Espaço, Personagens, importância dos Nomes, Ponto de Vista, Recursos Narrativos, Imagens, Símbolos, Mitos, Superstições, Costumes e Referências Literárias como indícios de leituras realizadas pelo narrador. No estudo dos personagens há um destaque para Inácio da Paixão, pois sua ação de dependência ao jogo de azar faz com que os personagens da família de Manuel de Freitas sejam prejudicados, além dele e de sua própria família. Foi adotado o método investigativo de pesquisa bibliográfica e de pesquisa de campo. O presente trabalho permitiu-nos concluir que apesar de A Fome ser um romance do Naturalismo, seu enredo é todo do Romantismo, como é posto nesta pesquisa fazendo comparação entre essas duas escolas literárias. Observamos que se retirarmos os termos científicos e descrições de mazelas da obra, o que nos resta é um produto do movimento romântico. Pois as passagens e algumas as ações dos personagens nos remetem a um período literário mais característico do Romantismo.