Uso de sensoriamento remoto como suporte ao monitoramento da qualidade das águas superficiais da região semiárida do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Lopes, Fernando Bezerra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/10582
Resumo: Com a contaminação de corpos hídricos pela ação antrópica, a disponibilidade de água torna-se cada vez menor. O conhecimento da qualidade das águas é essencial à proposição de instrumentos de gestão das mesmas. O monitoramento em áreas extensas requer um elevado número de amostras para o controle da qualidade da água; este fato, aliado aos altos custos das análises, limita a avaliação do processo de degradação das águas interiores. Apesar do desenvolvimento, nos últimos anos, das técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto, com a obtenção de informações relevantes em estudo de qualidade de águas, elas não têm sido exploradas em estudos de sistemas aquáticos de regiões semiáridas. Com isso, objetivou-se desenvolver uma metodologia baseada nas propriedades espectrais da água como suporte a avaliação de sua qualidade em ambientes semiáridos. As amostras de água foram coletadas em sete pontos de 2008 a 2010 (bimestralmente) e em 20 pontos de 2011 a 2012 (trimestralmente). As campanhas para aquisição de dados radiométricos ocorreram em 2011 e 2012, concomitantes às coletas das amostras de água. Os fatores determinantes e a similaridade das águas foram identificados pelo emprego da análise multivariada. Foram usados dados de sensoriamento remoto orbital e in situ, correlacionando com os dados limnológicos. Os indicadores determinantes da qualidade das águas do Orós são definidos principalmente pelos seguintes fatores: processo natural de intemperismo dos componentes geológicos do solo; carreamentos dos sólidos suspensos através do escoamento superficial das águas e poluição orgânica. A análise de agrupamento formou três grupos distintos. A similaridade das águas foi definida pelas condições naturais e pelas atividades antrópicas exercidas nas proximidades do reservatório e ao longo da bacia. Os modelos desenvolvidos para as variáveis limnológicas, sólidos inorgânicos suspensos, turbidez, transparência e condutividade elétrica, mostraram-se confiáveis, indicando que essas variáveis podem ser quantificadas remotamente a partir dos dados de sensoriamento remoto de campo. Os modelos desenvolvidos para a variável clorofila-a são confiáveis, indicando que esta variável pode ser quantificada remotamente a partir dos dados de sensoriamento remoto de campo e orbital com elevado grau de confiabilidade. O modelo geral de três bandas apresentou desempenho superior ao modelo de duas bandas. De acordo com o modelo desenvolvido e com uso de imagens do sensor MERIS, as águas do reservatório Orós, quanto ao estado trófico, apresentaram 61,15% da sua bacia hidráulica classificadas como eutrófica, para o mês de fevereiro de 2010. Para a imagem MERIS de agosto de 2011, 95,77% das águas foram classificadas como eutróficas. Portanto, com o uso do sensoriamento remoto é possível elaborar um gerenciamento dos recursos hídricos de menor custo, gerando informações úteis à tomada de decisões pelos gestores, vital para a implantação de políticas públicas em âmbito municipal, regional, estadual e federal.