Por uma poética da precariedade: dispositivos político-poéticos na obra O fantástico circo do artista da fome, do Cangaias Coletivo Teatral

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Souza, Luis Carlos Candido
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Artes; Dispositivos de criação; Encenação; Dramaturgia; Poética da precariedade; Prática cartográfica; CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::ARTES
• Link de acesso: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/76014

Nesta pesquisa busco problematizar o campo das artes da cena e do pensamento em/da criação teatral contemporânea. Articulo a obra O fantástico circo do artista da fome (2020), montagem do Cangaias Coletivo Teatral (2010-dias atuais), grupo do qual faço parte desde a fundação, suas interlocuções, estratégias e metodologias de criação, com a noção expandida de poética da precariedade, destacando as possíveis interferências mútuas e as consequentes produções de sentido. A montagem cênica é inspirada no conto Um Artista da Fome (1924), do autor tcheco Franz Kafka (1883-1924), onde são incutidos tensionamentos que permeiam a possibilidade de pensarmos a precariedade em sua dimensão político-poética: como tema (BRANDÃO; PRECIOSA, 2009) e (CURY, 2013), quanto como condição sócio-econômica e política (CANCLINI, 2015) e, ainda, enquanto experiência ontológica (FABIÃO, 2011). Os apontamentos acerca da literatura kafkiana seguem os rastros de Anders (2007), Benjamin (1987) e Deleuze e Guattari (2021) como disparadores poéticos. Para a tessitura desse pensamento, são referências, ainda, as noções de dispositivo em Agamben (2009) e a prática cartográfica em Kastrup e Barros (2009) e Da Costa (2020). Com esta pesquisa acerca da precariedade, que parte de uma condição periférica de criação cênica (do Sul Global; da América Latina; do Nordeste brasileiro; da região metropolitana de Fortaleza/CE), pretendo contribuir com o campo de um pensar-saber-fazer das artes da cena e seus modos operativos de criação e reflexão contemporânea, apostando que ela seja um disparador para poéticas e discussões futuras.