Papel das polimerases TLS como biomarcadores de efeito frente a exposição crônica de agricultores á pesticidas. Há evidência na sindrome mielodisplásica?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: França, Ivo Gabriel da Frota
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/50660
Resumo: O câncer abrange um grupo de diversas doenças cujo principal característica é o crescimento descontrolado e a proliferação de células anormais no organismo. Os biomarcadores são ferramentas que surgem como auxilio na previsão da causa e progressão de várias doenças. Os cânceres podem ser desencadeados por alterações genéticas, epigenéticas e/ou imunológicas. Estas modificações genéticas podem ser causadas por agentes endógenos ou exposição a agentes exógenos, como tabagismo, radiação ultravioleta e contato com pesticidas. Como resposta a esta exposição, nosso organismo desenvolveu, ao longo da evolução, diversas proteínas especializadas no processo de reparo do DNA que atuam em lesões de fita simples e de fita dupla, além de enzimas responsáveis por tolerar estes danos, quando essas lesões são refratárias. A tolerância aos danos no DNA é realizada pela DNA polimerases com atividade translesão (TLS), enzimas que apresentam a habilidade de transpassar as lesões ou corrigir o DNA lesionado. Devido à baixa fidelidade de incorporação de nucleotídeos pelas TLS, podem ocorrer quadros de mutações, levando a instabilidade genômica. O objetivo deste estudo foi avaliar a expressão gênica das enzimas DNA polimerases com atividade TLS (POLH, POLL, REV3L, PCNA, POLI, REV1, POLN, POLQ e POLK) em indivíduos expostos a agrotóxicos, comparando com grupos de pacientes portadores de Síndrome Mielodisplásica (SMD) e controles saudáveis, utilizando a metodologia de PCR em tempo real (RT-qPCR). Foram avaliados 86 pacientes com SMD diagnosticados em hospital terciário de referência, 54 trabalhadores agrícolas da região de Limoeiro do Norte-CE e 6 controles saudáveis. Identificamos que entre os grupos dos agricultores, o grupo grande produtor apresentou um aumento de expressão dos genes POLK e POLL em relação ao grupo da agricultura familiar. Em relação ao cariótipo, foi observado um aumento dos níveis de expressão dos genes REV3L, POLQ e POLK nos agricultores que apresentavam cariótipo alterado. Em relação a análise entre os grupos SMD, agricultores e controles saudáveis, houve um aumento dos níveis de expressão dos genes REV1, POLH, POLK, POLL e PCNA do grupo de SMD em relação aos agricultores e controles saudáveis. Houve um aumento dos níveis de expressão dos genes REV3L, POLI e POLQ no grupo SMD em relação aos agricultores. Esta pesquisa demonstrou que o aumento da expressão dos genes REV3L, POLQ e POLK entre os agricultores que apresentavam cariótipo alterado pode estar associado a um aumento da instabilidade genômica como resultado da exposição crônica aos pesticidas. Em relação aos grupos, observamos um aumento dos níveis de expressões dos genes POLH, POLL, REV3L, PCNA, POLI, REV1, POLQ e POLK no grupo SMD frente aos agricultores e controles saudáveis, podendo estar associados aos mecanismos biológicos da doença.