O atendimento a crianças e adolescentes em situação de rua: a visão dos familiares sobre o acolhimento institucional em duas instituições de Fortaleza – CE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sousa, Benjamim Diego Lucas Y
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/14841
Resumo: A pesquisa proposta visa analisar as demandas geradas por novas diretrizes na política pública de assistência social à família. As novas diretrizes reforçam a necessidade de as políticas de assistência social direcionarem o foco de atuação não mais apenas ao indivíduo, mas para a família como um todo. Em um sentido amplo, intento compreender como se constrói a prática desse tipo de atendimento à família na cidade de Fortaleza (CE). A atenção volta-se para a perspectiva das famílias de crianças e adolescentes que passaram por uma situação moradia nas ruas e que foram atendidas por uma instituição que dispõe do serviço de acolhimento. Sobre essa realidade de vivência nas ruas e passagem por instituições de acolhimento, existem diversos estudos que tratam da perspectiva dos jovens e dos profissionais que os atenderam nessa dinâmica. Porém, o que se percebe é que há uma lacuna, do ponto de vista das famílias de crianças e de adolescentes, sobre a experiência de morar nas ruas e, principalmente, sobre a visão do processo de atendimento recebido em acolhimentos institucionais. Além disso, é comum ouvir dos profissionais desse campo de atuação a existência de um “trabalho com as famílias” dos jovens atendidos. Nesse sentido, esta dissertação narra a perspectiva de representantes-chave de 12 famílias sobre a dinâmica de atendimento nos acolhimentos de duas organizações não governamentais de Fortaleza. Foram pensadas algumas estratégias metodológicas, a saber: o levantamento de documentos e a revisão bibliográfica sobre o campo estudado; a realização de um grupo focal com os membros da Equipe Interinstitucional de Abordagem de Rua, responsável pela articulação desses tipos de instituições em Fortaleza; visitas sistemáticas às duas instituições selecionadas para observação; diálogos com agentes institucionais; e, principalmente, entrevistas com a mãe ou responsável pela criança e adolescente acolhido institucionalmente, que foram realizadas, em sua maioria, nos locais de moradia dessas pessoas. As narrativas apresentam algumas características dos atendimentos recebidos e revelam diferentes nuances dos atendimentos institucionais. Enquanto em um determinado perfil institucional há forte tônica centrada no atendimento ao indivíduo acolhido pela instituição, em outro perfil existe uma tentativa de intervir contundentemente na realidade dos demais familiares do atendido. Ambas as instituições apresentam ainda um caráter em desenvolvimento dessa modalidade de atendimento às famílias de crianças e adolescentes que estão em acolhimentos institucionais. Assim como a expressão do fenômeno de situação de moradia nas ruas vivenciado por crianças e adolescentes tem se alterado com o passar dos anos, as abordagens institucionais também prosseguem se modificando.