Um passeio enativo com Acidum: arte urbana em Fortaleza e a criação de ficções pela cidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Farias, Carla Galvão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/14631
Resumo: Este estudo trata da relação da arte com a cidade, pensando a arte contemporânea como possibilidade de criação de outras cidades ao provocar diferentes modos de olhar, sentir, imaginar e inventar o espaço-tempo urbano. Interessa pesquisar as intervenções artísticas do coletivo Acidum, em Fortaleza, observando como a arte urbana pode interferir nos modos de ser, de pensar e de viver, criando ficções, modificando o espaço. A pesquisa acontece como um exercício, considerando as contribuições teórico-metodológicas dos estudos de Francisco Varela (1991,2001), em especial, a Abordagem Enativa, que compreende a cognição como a invenção de realidades, opondo-se à noção representativa de uma realidade pré-definida a ser revelada pelo pesquisador. O pesquisar emerge no observar, acompanhando algumas intervenções do coletivo, atualizadas nas anotações do diário de bordo, analisando vídeos e fotografias e realizando “entrevistas enativas”, proposição apresentada nos estudos de Letícia Maria Renault de Barros (2010). O que faz com que algumas imagens produzam inquietação e outras não? Como as intervenções do Acidum afetam os modos de transitar e de olhar a cidade? No percurso da pesquisa, alguns conceitos colaboraram com as análises, em especial, Partilha do Sensível e Ficções, apresentados por Jacques Rancière (2005; 2010). Nessa perspectiva, enfatizo a relação entre arte e política trazendo também contribuições dos estudos de Giorgio Agamben, Hannah Arendt, Chantal Mouffe, Didi-Huberman e Gilles Deleuze. A arte do Acidum pode afetar a cidade à medida que produz imagens que provocam deslocamentos nos modos de olhar daqueles que caminham e as observam. A arte urbana pode problematizar criativamente o cotidiano, abrindo caminhos para a invenção de outras realidades. Constituindo resistências moleculares que florescem em meio à solidez dos preconceitos e das concepções endurecidas. Não seria essa uma função da arte, mas uma potência.