Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Freitas, Pablo Antonio Maia de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/4245
|
Resumo: |
A síndrome da apnéia/hipopnéia do sono obstrutiva (SAHSO) é um dos problemas noturnos mais comuns em seres humanos e tem sérias repercussões sobre o dia a dia do indivíduo. Alterações do ciclo-sono vigília, transtornos do humor, hipertensão arterial, refluxo gastroesofágico e outras comorbidades têm sido associados à SAHSO. Os fatores que influenciam a presença de sintomas depressivos, alterações do cronotipo, co-morbidades associadas e o uso de agentes medicamentosos não são, ainda, bem conhecidos. Em um estudo transversal, nós avaliamos 140 pacientes encaminhados com distúrbio respiratório do sono que após a polissonografia foram diagnosticados como ronco primário (N=14; <5 eventos/hora), SAHSO leve (N=41; entre 5 e 15 eventos/hora), SAHSO moderada (N=37; entre 15 e 30 eventos/hora) e SAHSO grave (N=48; >de 30 eventos/hora). Os resultados dos dados clínicos, dos resultados obtidos através das escalas de sonolência de Epworth, cronotipo de Horne e Ostberg, depressão de Hamilton (17 itens), o índice cumulativo de co-morbidades (ICC), o consumo de café, álcool, tabagismo e o uso de medicamentos, além dos achados na polissonografia foram analisados. A maior parte dos pacientes apresentaram SAHSO moderada e grave e eram do sexo masculino. A gravidade da SAHSO foi diretamente proporcional ao IMC e a idade. O grau de sonolência, os sintomas depressivos e o cronotipo não foram diferentes entre os grupos classificados pelo diagnóstico. Sonolência diurna foi encontrada em 40% dos casos e não se relacionou aos fatores estudados. Os medicamentos mais usados foram os benzodiazepínicos, seguidos dos beta-bloqueadores. Os pacientes com sintomas depressivos usavam mais benzodiazepínicos (P=0,003) e inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) (P=0,001). Os fumantes eram mais jovens e apresentavam cronotipo mais vespertino (P=0,003). O índice de apnéia-hipopnéia (IAH) foi mais elevado em pacientes em uso de anti-agregantes plaquetários (P=0,02). A saturação arterial mínima de oxigênio foi menor em indivíduos que estavam em uso de beta-bloqueadores (P= 0,04). De maneira geral, observou-se uma maior preferência vespertina nos pacientes com SAHSO. Os casos com sintomas depressivos apresentavam uma maior preferência vespertina (P=0,03). Pacientes mais idosos tinham maior ICC (P=0,000), maior IAH (P=0,005), menor saturação arterial de oxigênio (P=0,001), maior latência de sono (P= 0,003), menor eficiência do sono (P=0,000) e maior quantidade de movimentos periódicos de extremidades (MPE) (P=0,039). O IAH relacionou-se inversamente com a saturação arterial de oxigênio (P=0,000) e com a eficiência do sono (P=0,003) e diretamente com a quantidade de MPE (P=0,003). Sintomas depressivos e hipertensão arterial foram freqüentes nesse estudo e tiveram relação com o ICC que também se relacionou ao consumo freqüente de álcool. Os fatores que se associaram à presença de sintomas depressivos foram o sexo feminino, o IMC, o cronotipo e a presença de MPE. Observou-se uma tendência de associação entre o uso de álcool (P=0,08) e o tabagismo (P= 0,05) com a presença de sintomas depressivos. Em conclusão, sintomas depressivos e hipertensão arterial foram freqüentes nesse estudo e tiveram relação com o índice cumulativo de co-morbidades. O sexo feminino, maior IMC, cronotipo vespertino e MPE associaram-se a presença de sintomas depressivos e esses pacientes utilizavam mais benzodiazepínicos e ISRS. Sonolência e obesidade foram comuns. |