Nanopartículas de Fe3O4 podem afetar a biodiversidade? Estudo de toxicidade em modelos aquáticos e terrestres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carvalho, Alexya Vitoria Felix
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/75283
Resumo: As nanopartículas de óxido de ferro são amplamente utilizadas em aplicações biomédicas e ambientais, devido as suas propriedades magnéticas, biodegradabilidade e baixa toxicidade. Para melhorar o desempenho das funções propostas a essas nanopartículas, a funcionalização da superfície vem sendo amplamente utilizada. A funcionalização abre uma lacuna no conhecimento acerca dessas nanopartículas, uma vez que poucos trabalhos relatam o efeito e ecotoxicidade da interação dessas com organismos. Portanto, o objetivo desse trabalho foi analisar a interação de nanopartículas de óxido de ferro funcionalizadas com acrilato polissódico (NPOF-AP) e polietilenimina ramificada (NPOF-PR) em sistemas biológicos, utilizando Lactuca sativa L. e Artemia salina L. como modelos experimentais. Em L. sativa, foram realizados testes para avaliar a germinação e crescimento das plântulas, nos quais as sementes foram expostas a diferentes concentrações de NPOF-AP e NPOF-PR (12,5; 25; 50 e 100 mg.L-1), além dos controles com água destilada e dicromato de potássio (0,2M). As características avaliadas foram: taxa de germinação, comprimento e peso úmido e seco das plântulas, sendo coletadas, ao final do experimento, as raízes e parte aérea para as análises microscópicas. Além disso, foram realizados testes de toxicidade aguda em A. salina, em dois estágios de vida, náuplios I e II, por 48h, nas mesmas concentrações de NPOF-AP e PR supracitadas. Ao final do experimento, a taxa mortalidade foi calculada e os animais mortos foram analisados em microscópio óptico. Os resultados indicaram que não houve fitotoxicidade no processo de germinação das sementes e no tamanho das plântulas de L. sativa expostas aos tratamentos com NPOF-AP e PR. Mudanças morfoanatômicas foram observadas nas plântulas, como alteração na morfologia das células do cotilédone nas concentrações de 50 e 100 mg.L-1 de NPOF-AP em relação aos controles e aumento da densidade de pelos radiculares nas raízes nas concentração de 50 mg.L-1 de NPOF-AP. Os resultados para A. salina, indicaram que a taxa de mortalidade para os náuplios I variou de 0 a 7,5%. Enquanto que para os náuplios II, foram observadas para a NPOF-PR, uma taxa de 2,5% na concentração de 12,5 mg.L-1 e 12,5% na concentração de 100mg.L-1 das nanopartículas. Já para os náuplios II submetidos a diferentes concentrações de NPOF-AP, houve uma variação de 7,5% de taxa de mortalidade na concentração de 25 mg.L-1 a 30% na concentração de 100 mg.L-1. A maior taxa de mortalidade nos náuplios II está relacionada ao desenvolvimento completo do trato digestivo. Além disso, houve a acumulação das nanopartículas no trato digestivo tanto dos náuplios I e II após as 48h de exposição às nanopartículas. Dessa forma, os ensaios iniciais indicaram que as nanopartículas apresentaram baixa toxicidade, sendo um fator importante para a utilização em aplicações biomédicas.