A performance na cantoria nordestina e no slam

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Souza, Tiago Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/9206
Resumo: A presente dissertação intenciona investigar a performance na cantoria nordestina brasileira e no slam, gênero poético também popular, mas de surgimento mais recente, criado nos Estados Unidos na década de 1980 e de forte influência hoje na França. Algumas formas da literatura oral popular do Nordeste brasileiro têm características muito próximas àquelas do slam, entre as quais, ressalta-se a importância do corpo e de sua emanação, a voz, o que é determinante para a atração e fidelização dos espectadores, seja nos festivais de repente do Brasil, seja nos torneios de slam na França. Entre as linhas gerais que permitem a aproximação dos dois gêneros, podem-se ressaltar o jogo interativo com o público, que se mostra peça fundamental na produção poética; os aspectos relativos às formas do texto, como a métrica dos versos, as rimas e o ritmo; o teor ritualístico das duas formas; entre outros elementos de relevante discussão. O slam encontra também algumas diferenças em relação à cantoria, como o teor primordialmente urbano e a presença determinante da escrita. Esses fatores expõem peculiaridades interessantes nas duas práticas e compõem parte das preocupações com que se depara esta dissertação. Enquanto o slameur, aquele que produz o slam, costuma ter escolaridade, ser formado em um meio urbano e contar necessariamente com a escrita no momento da produção do slam, o tradicional cantador nordestino brasileiro não costuma precisar dela para a sua criação poética: esse poeta cria recitando, memoriza, reproduz, modifica dependendo da situação, improvisa repentes, joga com o público e com seu companheiro de cantoria, enfim, molda e articula sua composição no momento mesmo da criação ou da apresentação. A análise a ser desenvolvida parte da noção de performance utilizada por Paul Zumthor. Para tanto, propõe-se apresentar os dois gêneros paralelamente, levando em consideração os seus índices de oralidade e buscando analogias no que concerne ao aspecto circunstancial e coincidente com a presença do público, ao teor cênico dessas práticas, à métrica dos versos, às temáticas, ao público-alvo e às peculiaridades encontradas em ambos os contextos sociais.