Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Nunes, Paula Autran |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/62596
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Resumo: |
Na dissertação analisamos processos de subjetivação e enunciação de crianças por meio de cenas do cotidiano no Serviluz, territorialidade periférica da cidade de Fortaleza. Como objetivos específicos, descrevemos cenas do cotidiano de crianças a partir de suas enunciações sobre o Serviluz; discutimos que infâncias têm sido produzidas nessas territorialidades periféricas; problematizamos que Serviluz as infâncias têm desenhado. Os referenciais teóricos metodológicos para tematizar as infâncias, os territórios e as subjetividades estão alinhados à psicologia social, partindo de trabalhos que discutem as infâncias à luz de referenciais pós-estruturalistas. Esta pesquisa pode dar visibilidade a diferentes modos de subjetivação, tensionando o plano coletivo e micropolítico das forças que engendram o cotidiano de crianças que vivem em contextos periféricos de Fortaleza. O enfoque nos processos de subjetivação de crianças periféricas a partir de seus cotidianos nos territórios em que vivem pode produzir deslocamentos das concepções hegemônicas e estigmatizantes sobre tais territórios existenciais, comumente (in)visibilizados pelos signos da violência, do tráfico, da pobreza e da exclusão. A metodologia usada para a produção de dados foi delineada a partir da perspectiva de uma cartografia como método de pesquisa-inter(in)venção, sendo percorrido com crianças cartógrafas-guias. Propondo-se a acompanhar processos de produção de subjetividades destacando o plano coletivo de forças nessa produção e suas diferentes formas, por meio de 2 dispositivos metodológicos: andanças com crianças pelo Serviluz, oficinas em grupo com crianças durante a pandemia e memórias da pesquisadora de cenas de sua inserção como psicóloga naquele contexto. Discutemos, a partir de cenas cartografadas a partir desses dispositivos, a produção de territórios existenciais em cenários de precarização da vida e a construção de práticas e táticas micropolíticas de resistência por crianças em seus cotidianos. São trazidas à tona reflexões sobre como as dinâmicas da violência no Serviluz afetam o cotidiano de crianças que o habitam, assim como quais linhas de fuga as crianças criam para seguir (se) movimentando (n)aquele território existencial. T ecemos também uma análise das mudanças no cotidiano de crianças do Serviluz, advindas do contexto da pandemia de Covid-19. Por fim, das cenas-analisadoras, sejam pelas memórias, pelas andanças ou pelo meio virtual, foram movimentos para compreendermos o esboço do Serviluz traçado por infâncias titânicas. Como conclusão deixo aqui a interrogação “Serviluz as infâncias tem desenhado?”. As infâncias titânicas vem desenhando suas experiências, afetos, fluxos, micropolíticas e cotidianos na cartografia do território. Um desenho coletivo com muitas mãos, maresias, cores e dores. Essas experiências atravessam o tempo, são ancestrais, continuam e continuarão existindo por meio de outras infâncias e outros modos de ser criança. |