Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Marques, Gilsiane Maria Vasconcelos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/74281
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Resumo: |
A construção da identidade étnica se torna resultado constante da experiência cotidiana e da história narrada pelas memórias dos povos quilombolas. Estas memórias coletivas existem graças à continuidade das tradições, passadas de geração em geração por meio de interações sociais e auxiliam as comunidades em suas reivindicações, a fim de obterem a condição de comunidade remanescente de quilombos. Os quilombos partilham da ideia de se pensar o território quilombola como um lugar onde se preserva uma cultura ancestral, que permite que os indivíduos reflitam sobre sua própria condição negra, adquirindo afetos e sentimentos pelo lugar. A presente pesquisa tem por objetivo compreender o papel do território na transmissão intergeracional entre remanescentes quilombolas da Comunidade Carnaúba II, trazendo os seguintes objetivos específicos: identificar os lugares de saber e de diálogo intergeracional que valorizem a história e cultura local da Comunidade Quilombola Carnaúba II; analisar os afetos de jovens e idosos quilombolas envolvidos em processos de diálogo intergeracional; e possibilitar junto à comunidade a criação de um livro como estratégia pedagógica de mediação da intergeracionalidade entre jovens e idosos. Foram elencadas as categorias “ser quilombola” abordando a historicidade, a conquista de território, a cultura e processos educacionais; juventude quilombola e estudos recentes; o processo de intergeracionalidade dentro de comunidades quilombolas, envolvendo o diálogo e o afeto entre jovens e adultos; e por fim a categoria “lugar de saber”, construída a partir da Psicologia Ambiental e Psicologia Sócio-Histórica composta pelas conceituações em torno de território, diálogos e afetos. Por meio de delineamento qualitativo e pesquisa em Psicologia Ambiental e Sócio-Histórica, a coleta de dados foi conduzida através da inserção na comunidade quilombola Carnaúba II, situada na cidade de São Benedito-Ceará; observação participante com construção de diário de campo e aplicação do instrumento gerador dos mapas afetivos. Os participantes foram selecionados seguindo critérios de escolha da vice-presidente da associação, e tinham entre 18 a 88 anos divididos em dois grupos: jovens (até 30 anos) e idosos (a partir de 50). A análise dos dados partiu do diário de campo e dos dados qualitativos dos mapas afetivos. Os resultados demonstraram que apenas metade dos jovens e dos idosos possuem estima positiva que se configura no pertencimento e em sentimentos de participação social e transformadora em torno da comunidade, enquanto a outra metade dos indivíduos demonstraram insegurança ou sentimentos de contrastes em relação à comunidade. Também concluiu que o diálogo intergeracional é a principal forma de transmissão de saberes e que este ocorre em vários pontos da comunidade, independente de estruturas convencionais. Portanto, utilizando-se destes dados, foi possível criar um livro contendo histórias e tradições da comunidade, com fins de oferecer visibilidade à comunidade e valorizar o patrimônio cultural por eles construído. |