Fetichismo da mercadoria e subjetividade contemporânea: uma análise psicossocial da crise do potencial de transcendência à realidade imediata no quadro das novas gerações de jovens

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Oliveira, Robson José Feitosa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: http://www.teses.ufc.br/
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/2761
Resumo: O presente estudo busca estabelecer relações críticas entre o fetichismo da mercadoria e o que chamamos de crise no potencial de transcendência à realidade imediata no quadro das novas gerações de jovens. Portanto, trata de refletir sobre as capacidades utópicas do homem enquanto um ser não apenas preso ao real, mas um ser passível de criar o possível para além da realidade estabelecida. Essas reflexões nasceram de uma inquietação advinda de minha prática docente de quase dez anos com jovens, na faixa etária entre 13 a 18 anos. Esse tempo possibilitou observar vários aspectos relacionados aos comportamentos e pensamentos dos jovens, em especial, com relação ao consumo e às formas de adesão aos ideais subjetivos transmitidos pelas mercadorias, via publicidade. Em termos teóricos, uma releitura da crítica de Marx ao Fetichismo da Mercadoria fez-se fundamental para compreendermos, contemporaneamente, um novo nível de fetichismo referente ao nível do desejo. Ou seja, atualmente a mercadoria não seria mais apenas aquela que determina a vida social objetivamente por se instalar como a priori tácito, mas também passa a ser objeto de identificação idealizada por parte dos consumidores. Deste modo, a lógica da mercadoria na contemporaneidade pretende criar um mundo em que nada precisa ser renunciado, um universo espetacular em que haveria um processo de pacificação entre indivíduo e sociedade. Nesta perspectiva, nossa hipótese é a de que vem ocorrendo uma paulatina perda do potencial de transcendência nos jovens em prol de uma adesão inconteste ao presente imediato. O conceito de fetichismo da mercadoria em Marx, bem como as reflexões desenvolvidas pelos teóricos da Escola de Frankfurt, notadamente Marcuse, Adorno e Benjamin, constituem a base teórica principal de nosso estudo, além de autores mais contemporâneos como Debord, Kurz, Jappe, Kehl, Freire Costa, Bauman, Dufour, Jacoby, Ramos e Severiano. Trata-se de um estudo preponderantemente teórico que se vale metodologicamente, além dos autores mencionados, das “Memórias do autor” – memórias por mim estruturadas a partir das anotações de aula referentes a temáticas mais significativas para nosso objeto de estudo. Nossas análises indicam a existência de uma idealização dos objetos de consumo nos jovens; um culto ao imediato; além de um culto ao prazer ligado não apenas ao consumo de objetos, mas sobretudo ao consumo de pessoas, considerados por vezes, supérfluos e efêmeros. Nossas reflexões finais apontam não para uma absoluta identificação entre real e possível, mas para uma tendência a que o terreno do real, presidido pela lógica mercantil, mantenha cativo o terreno do possível.