Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Lia Carneiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/62419
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Resumo: |
Este estudo teve início em um momento histórico específico marcado por fortes transformações no campo da assistência à saúde mental propiciadas pela proposta de reforma psiquiátrica brasileira a qual apontava para a importância da mudança de foco nas ações desenvolvidas, passando da doença para a valorização da produção da vida. Nesse contexto, interessou-nos entender como estavam se dando as relações de produção de subjetividade tanto no que diz respeito aos trabalhadores, como aos usuários dos serviços de saúde mental. O primeiro passo foi a realização de uma pesquisa de mestrado que objetivou conhecer aspectos relativos à produção de subjetividade dos trabalhadores de um serviço de saúde mental. O presente estudo pretende complementar o processo iniciado na pesquisa anterior, objetivando conhecer os mesmos aspectos, porém dirigindo o foco para o usuário dos serviços de atenção à saúde mental. Para alcançar este objetivo utilizamos como referencial teórico-metodológico uma composição entre a sociopoética e algumas idéias de filósofos da linha esquizoanalítica os quais nos permitiram abordar aspectos relativos à produção de subjetividade através da criação de espaços que possibilitaram ao grupo produzir conceitos e metáforas. Iniciamos escolhendo junto ao grupo o tema a ser pesquisado: as relações entre a família e a doença mental. Posteriormente, este tema passou por modificações e, ao invés de nos referirmos à “doença mental”, passamos a utilizar um conceito criado pelo grupo com o nome de “bicofonia” o qual se mostrou mais amplo que o anterior, abrangendo desde elementos biológicos e psicológicos até aspectos sociais e afetivos. Outros conceitos produzidos pelo grupo podem ser destacados como o de “muro”, que abrange elementos múltiplos como a discriminação social, a necessidade de autoconhecimento e a separação na família, e o conceito de “corpo-seco” o qual refere-se às diversas necessidades de uma pessoa em sofrimento mental. Além dos conceitos o grupo produziu metáforas relativas ao tema como, por exemplo, a de “árvore da vida” que se refere à função protetora e mantenedora da família ou a de “coisas geladas na família” que diz respeito às dificuldades e desentendimentos nas relações familiares. Realizamos uma descrição detalhada de todo o processo, pois devido ao fato de esta ser uma metodologia inovadora e ainda pouco divulgada na enfermagem, entendemos ser importante explicitar claramente suas etapas. Concluímos com este estudo que, ao criar conceitos e metáforas, o grupo-pesquisador está ao mesmo tempo trabalhando a produção de subjetividade, uma vez que esta construção envolve ao mesmo tempo o objeto de pesquisa e o sujeito. Nesse processo, identificamos como se dá a experiência com a bicofonia, as relações com a família, religião e sociedade além de outros importantes elementos que fazem parte desse diagrama de afetos e devires. Percebemos, ainda, que a criação de novos confetos tem importância singular para a prática da assistência de enfermagem em saúde mental à medida que nos permite questionar os conceitos que se encontram instituídos e abrir espaço para que o próprio sujeito se manifeste acerca de suas questões. |