Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Santos, Silvia Maria Vieira dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
www.teses.ufc.br
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/16217
|
Resumo: |
A presente pesquisa objetiva entender como os(as) jovens candomblecistas vivem suas condições juvenis, compreendendo o que é ser jovem para o candomblé, como ocorre o ingresso deles(as) na religião bem como conhecer suas aprendizagens tecidas no terreiro. A metodologia utilizada de base qualitativa foi a etnografia, a qual me levou ao mundo cotidiano do terreiro Ilê Asé Iya Omi Arin Ma Sun e, posteriormente, ao Ilê Asé Olojudolá. Com a colaboração de 20 jovens foram realizadas observações, entrevistas individuais, registros fotográficos e em diário de campo num período de outubro de 2012 a junho de 2014. Além desses instrumentos acrescentei uma discussão em grupo que denominei grupo de produção e saberes. Dessa forma problematizo categorias importantes como juventude, geração, candomblé, hierarquia, gênero e sexualidade. Ao realizar esta investigação entendi que a religião se constitui numa dimensão significativa na vida dos(as) jovens, contribuindo na construção de suas identidades bem como suas cosmovisões de mundo e sociedade. O Candomblé se apresenta como religião ancestral que acolhe as mais diversas pessoas, valorizando a experiência religiosa do(a) mais velho(a). Há que se salientar que o tornar-se mais velho(a) se configura pelo tempo de iniciação na religião e não pela idade cronológica do indivíduo. Dessa forma alguns(mas) jovens desta pesquisa são ao mesmo tempo velhos(as) para a religião, essa condição gera funções/cargos, obrigações, responsabilidades, poder hierárquico, conflitos. Os(As) jovens evidenciaram uma diversidade de maneiras de aproximação da religião, relataram suas motivações para a iniciação e os saberes que aprendem no dia a dia da roça. Para eles(as) o candomblé ensina saberes que podem ser utilizados dentro e fora dos terreiros, aprendizados para vida. Esses relatos demonstraram também que esta religião foi um meio de mudança de vida para esses(as) jovens e proporciona para os que praticam durante muito tempo privilégios, independente da idade. Outro aspecto determinante nesta pesquisa foi a relação existente entre os(as) participantes da pesquisa e as dimensões do corpo-gênero e sexualidade. Constatei que os(as) jovens indistintamente da identidade de gênero e orientação sexual podem ser filhos(as) de orixás femininos e/ou masculinos, e que existe uma parcela considerável desses sujeitos - homossexuais que atribuem comportamentos de gênero/sexuais à atributos operados por suas divindades. Contudo esses trânsitos de gênero/sexuais dos corpos sejam dos(as) jovens candomblecistas, sejam de seus orixás e a sua relação acontecem de forma cambiante, fluida e conflitiva, pois o terreiro está inserido nesta sociedade carregada de estigmas e preconceitos e a oposição binária masculinidade e feminilidade permeia a distribuição hierárquica de papéis e atividades rituais. Portanto perceber que dentro de nossa realidade social existem territórios, como o terreiro de candomblé, onde os(as) jovens vivem de forma diferenciada, mas que também refletem a contradição desta sociedade foi o diferencial nesta investigação. |