As embalagens que falam: ethos em enunciados aderentes dos produtos Lola Cosmetics

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Matos, José Wesley Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/75941
Resumo: No mercado brasileiro contemporâneo, é possível encontrar, em embalagens de produtos diversos, diferentes usos linguísticos planejados pelos agentes do discurso publicitário. Entre essas possibilidades, chamou-nos a atenção o uso da primeira pessoa do singular tendo como referência de enunciador o próprio produto que fala de si. Assim, neste estudo, buscamos analisar como se constitui o ethos discursivo em enunciados aderentes na primeira pessoa do singular em embalagens da empresa Lola Cosmetics, considerando os efeitos cenográficos e as relações interdiscursivas. Para alcançar este objetivo, investigaremos: de que modo a aderência criada entre as dimensões linguageira e material dos enunciados na primeira pessoa do singular produzem um ethos diferente nessas embalagens; como se organizam as instâncias e suas responsabilidades enunciativas diante da subjetividade fictícia que surge na cenografia; e que relações interdiscursivas podem ser percebidas e relacionadas ao contexto de produção do discurso publicitário que as sustenta e que é sustentado por esse ethos que fala nas embalagens. Apesar de a base teórica da pesquisa ser a Análise do Discurso de perspectiva enunciativa desenvolvida por Dominique Maingueneau (2013, 2015a, 2020a, 2020b, 2022a), convocamos outros autores para as discussões a respeito da enunciação e da sociedade, entre os quais destacamos Benveniste (1989, 2020), Fiorin (1996), Rabatel (2016), Giddens (1991), Baudrillard (1995, 2015), Lipovetsky (2007) e Marx (2011). Além das embalagens em primeira pessoa da empresa brasileira de produtos veganos Lola Cosmetics que compõem o corpus, analisamos outras manifestações similares que nos permitem compreender como esse fenômeno da personificação da mercadoria se relaciona com o desenvolvimento da pauta ambiental como eixo mercadológico da economia capitalista. Os enunciados aderentes estudados, mais do que sintomáticos das mudanças sociais, são também agentes desse contexto que os torna possíveis.