Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Rojas Carmona, Anabel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/78358
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Resumo: |
A violência obstétrica é um fenómeno complexo e multidimensional, tão antigo tanto quanto a medicalização dos processos do ciclo vital feminino, mas ignorado por muito tempo. Nas últimas décadas, vem sendo cada vez mais problematizado e referido na literatura científica, na formulação de políticas públicas, nos construtos legais e no ativismo social, num marco de disputas epistêmicas e políticas. Tal fenômeno se manifesta em processos contemporâneos de uma sociedade pós-moderna, na qual o acesso e uso dos recursos virtuais na internet, aparecem como uma extensão ou ampliação da vida, que também reproduz processos de vida e adoecimento. No presente trabalho, se problematizou e subscreveu a violência obstétrica como objeto de pesquisa na rede social Facebook no marco de uma concepção hologramatica do fenômeno. Buscamos compreender: como se revelam experiencias sobre violência obstétrica na rede social Facebook no Brasil? Qual ou quais conceitos de violência obstétrica tem sido construído(s) e circulado (s)? Que atores estão envolvidos? Quais narrativas dominantes? Qual vínculo dos discursos construídos nas redes sociais para o campo da saúde coletiva? A proposta metodológica para a aproximação ao objeto de pesquisa foi uma pesquisa qualitativa em ambientes virtuais, e se afilia ao paradigma interpretativo, sob uma perspectiva fenomenológico-hermenêutica crítica. Para produção das informações, foram usadas postagens da rede social Facebook, Brasil. O material para análises foi sistematizado e categorizado consoante o quadro teórico do estudo. A pesquisa respeitou as normas éticas das pesquisas que envolvem seres humanos, obtendo aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará conforme parecer consubstanciado do CEP nº: 6.427.186. Os resultados da pesquisa mostram que as narrativas que circulam sobre a violência obstétrica nas páginas do Facebook no Brasil aludem à violação dos Direitos humanos das mulheres, a procedimentos e manobras médicas desnecessárias e sobre a (des) humanização do parto. Os atores envolvidos são principalmente mulheres-mães, profissionais da saúde, profissionais do direito, influencers e instituições e coletivos que geram o conteúdo digital e tece a agenda na discussão do fenômeno. As postagens têm uma conotação de denúncia sobre casos acontecidos, de convite para denúncia legal e um eixo informativo sobre diversas vertentes implicadas no fenómeno, mas, também os discursos discursos são mediados e encaminhados na trajetória dos interesses políticos e económicos prevalentes no momento histórico. Outra questão apontada nos resultados da pesquisa tem a ver com o que acontece com as plataformas digitais, seu uso e afluência dos discursos dependem do uso que globalmente ocorre com uma plataforma particular; no caso do Facebook, a gente vem mudando para o Instagram, o Tik Tok ou outras plataformas e com o decorrer do tempo, foi visível que as publicações diminuíram o que se deve à velocidade em que acontecem fenômenos na vida digital, característica própria da era pós-moderna da nossa sociedade. Os achados desta pesquisa comprovam a borrosidade, fluidez e complexidade da violência obstétrica, assim como a necessidade de uma epistemé com essas características, para gerar políticas públicas satisfatórias para seu combate. |