Travestis na escola: assujeitamento ou resistência à ordem normativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Andrade, Luma Nogueira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7600
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo desvendar as resistências e assujeitamentosdas jovens travestis na escola. Evidencia-se o uso de táticas que as jovens/estudantes/travestis fazem para burlar a disciplina e o controle eproduzir linhas de fuga para o acesso e a permanênciano espaço escolar. Como as estudantes travestis se movem na ordem normativa da escola? Como constroem sua experiência de ser jovem travesti na escola? Quais as possibilidades de resistência diante desse ciclo de interdição e práticas reguladoras do sexo existentes na instituição escolar? Para realizara investigação, fez-se um levantamento do número de travestis matriculadas em escolas de Ensino Médio da rede estadual de ensino do Ceará, que orientou a escolha de três escolas para aplicação de questionários com alunos(as), professores(as) e gestores(as). Estabeleço um diálogo com autores como Vale (2005), Benedett (2005), Silva (2007), Kulick (2008), Pelúcio (2009), Certeau (1994) e Foucault (1987).Para o aprofundamento dos dados, desenvolvemos uma pesquisa de caráter etnográfico com as travestis. O resultado da pesquisa apontou que dos 184 municípios do estado do Ceará apenas 25 possuem jovens transgêneros matriculados em escolas estaduais.A negação das travestis no espaço da sala de aula resulta no confinamento e na exclusão, que as transformam em desviantes e indesejadas. Quando isso ocorre no ambiente escolar, a pressão normalmente é tão intensa que impele as travestis a abandonar os estudos, sendo disseminada a ideia de que foi sua própria escolha. Esta justificativa tenta mascarar o fracasso da escola em lidar com as diferenças, camuflando o processo de evasão involuntária induzido pela escola. As travestis pesquisadas se assujeitam e resistem para poder sobreviver; em alguns momentos, elas sucumbiram “ao peso de forças adversas”, mas também conseguiram gozar “as alegrias da solidariedade”.