Vozes femininas: negociando sentidos sobre o feminino em contexto de conversa terapêutica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Albuquerque, Rachel Montenegro Matos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/14486
Resumo: A proposta dessa pesquisa foi procurar compreender como os discursos sobre o feminino são construídos e negociados em um grupo psicoterápico no contexto de um serviço de saúde mental. Como também conhecer que discursos são produzidos pelas mulheres nas trocas conversacionais no grupo, como o grupo confere sentido ao feminino, às relações de gênero e ao lugar da mulher na família, na sociedade e no contexto do grupo e no ambiente do CAPS. Procuramos compreender de que forma as mulheres descrevem, avaliam e legitimam o mundo feminino e que termos utilizam para afirmar ou recusar tal mundo e em que circunstâncias. Também procuramos identificar que ações estão sendo produzidas a partir desse conversar terapêutico e como as práticas do feminino no grupo estão atravessadas por relações de poder. Para essa pesquisa, lançamos mão principalmente de uma psicologia social discursivamente orientada, alinhada à epistemologia construcionista social, focalizando o modo como as mulheres participantes do nosso estudo dão sentido ao ser mulher. Neste enquadre epistemológico compreende-se o mundo social como uma construção coletiva e privilegiam-se as diferentes formas de interação e linguagem que histórica e culturalmente constroem o conhecimento do mundo. Os principais autores utilizados nesta pesquisa foram: Margaret Wetherell, Jonathan Potter, Benedito Medrado, Nigel Edley, Kenneth Gergen, Emerson Rasera, Carla Guanaes. Esta pesquisa analisou quatro sessões de terapia de grupo que aconteceram no contexto de um CAPS geral do tipo III, com a participação de 07 pacientes do sexo feminino. As sessões foram transcritas e submetidas a uma análise do discurso. Observou-se a forma como essas mulheres se posicionam diante de diferentes temas que surgem no grupo, a forma como lidam e resolvem dilemas ideológicos e também identificamos os repertórios interpretativos utilizados por elas ao falar do feminino. Nas trocas dialógicas percebemos um movimento constante ora de adesão, ora de afastamento de versões convencionais do que é ser mulher, de agir de modo feminino, contribuindo em alguns momentos para a manutenção do estado de assimetria de gênero, mas em outros, abrindo espaço para novas construções e versões mais igualitárias de gênero.