O imaginário acerca da instalação da mineração de urânio em Santa Quitéria, Ceará : estudo sobre a relação do sertanejo com a terra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Frota, Manoela Cavalcanti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/62506
Resumo: O movimento da relação terra e humano em suas tensões me despertou para a escrita deste projeto de pesquisa onde me proponho a refletir sobre o imaginário que os moradores de Morrinhos e os participantes da I Jornada Antinuclear do Ceará, que aconteceu em Santa Quitéria, constroem acerca da mineração de urânio, ainda em processo de instalação, e, focalizando, nesse contexto, o estudo das relações do sertanejo com a terra, na constituição do território. Através da etnopesquisa crítica me apresento no território com o intuito de vivenciar o cotidiano do lugar, com o olhar refinado para o que constitui a relação do homem com a terra também faço-me parte do lugar. De acordo com Macedo (2004) “distender o tecido da consciência e do mundo”, fazendo aparecer fios complexos, no campo onde se observa as pessoas in situ. Assim, convivendo com elas e observando seu cotidiano, engendra-se “o estudo in vivo” de como se dinamizam construções humanas e cotidianas nos enfrentamentos das realidades, em um “registro da vida ao vivo”. A partir da vivência com as pessoas do Assentamento Morrinhos no ano 2013, pude observar que o imaginário do processo de instalação da mineração de urânio alimentado pelas discussões na I Jornada Antinuclear do Ceará – O presente que temos em Caetité/Ba, o futuro que queremos em Santa Quitéria/Ce, momento em que pessoas que convivem com a mineração de urânio em Caetité contaram suas experiências, mexeu na relação que estes tem com a terra. Antes, o lugar de afeto onde sente-se prazer e também dificuldades devido aos longos períodos de seca, no entanto, com as intempéries aprende-se a conviver. Com a possibilidade de minerar-se urânio surge a ameaça de viver em uma terra contaminada, onde plantar, criar animais ou qualquer atividade que lide com a terra representa risco à saúde. O sertanejo resiste, defende a sua terra, o seu modo de vida, defende e luta por ele e o povo que compõe parte do que ele é. Estudar a relação do homem com a terra e como essa relação é permeada pelo imaginário da mineração de urânio nos permite revelar um saber de vida característico do modo de vida no campo em movimento ao fazer nascer um processo de resistência que existe no que se é em relação com o meio. Os sentimentos de integralidade e união que se mostram na comunidade para defender não só a terra, mas, também o que se é.