Trabalho digital e organização ágil: a vivência espaço-temporal de trabalhadores em tecnologias de informação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moita, Dímitre Sampaio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/53157
Resumo: Os trabalhadores em Tecnologia da Informação (TI) são responsáveis pela produção das tecnologias digitais que caracterizam o modelo de acumulação capitalista contemporâneo, de dinâmica flexível. Esses trabalhadores estabelecem uma dupla relação com a flexibilidade: trabalham sob jornadas, espaços e relações de trabalho flexíveis, e, sob essas condições, produzem as ferramentas que “digitalizam” a produção, a circulação e o consumo de mercadorias (materiais ou não-materiais), e que servem à flexibilização da atividade de outros trabalhadores. Trata-se de uma atividade paradigmática das novas formas de valorização do capital, daí a relevância de, a partir da psicologia social do trabalho, compreender o modo como o trabalho dessas pessoas medeia sua vivência espaço-temporal. A investigação privilegia a organização da produção de software, principal mercadoria do setor econômico de TI, como dimensão de análise dessa mediação. As escolhas da organização ágil, especialmente o dimensionamento de prazos de entrega e da produtividade das equipes de desenvolvimento, estão na origem da intensificação do trabalho experimentada pelos trabalhadores de TI. A partir de um desenho metodológico que envolve entrevista sobre história de vida laboral, preenchimento de um diário de alocação de atividades e entrevista de discussão dos resultados do diário, cinco pessoas trabalhadoras de TI participaram da pesquisa. A tese apresenta os relatos dos casos das cinco pessoas participantes, para a seguir, extrair conclusões sobre o modo como sua vivência cotidiana é influenciada pelo trabalho em TI. As observações empreendidas evidenciam a necessidade de discutir o desgaste biopsíquico e o envelhecimento precoce desses trabalhadores, que em suas trajetórias laborais e cotidianamente, por causa do apagamento das fronteiras entre espaço-tempo de trabalho e espaço-tempo de não trabalho, são impedidos de se desconectarem do trabalho.