Resumo: |
É notória a participação do endotélio no processo contrátil do vaso produzindo substâncias vasoativas como o óxido nítrico (NO). Atualmente nota-se um grande interesse por fármacos com a capacidade de liberar NO, devido à sua importância. Derivados de rutênio com ligantes piridínicos mostram uma ampla diversidade de aplicações. O objetivo desse trabalho é avaliar o efeito farmacológico de complexos de rutênio com ligantes 2-imidazolidinetiona na reatividade vascular. Para tanto, foram utilizados ratos Wistar machos, anestesiados com cetamina e xilazina e exsanguinados. Foram retirados 4 anéis da artéria aorta de cada animal e montados em um sistema de banho de órgãos que foram incubados com solução nutridora de Krebs-Henseleit. Inicialmente foi realizado um protocolo para verificar o efeito vasorrelaxante dos metalofármacos FOR011B e FOR811B em anéis pré-contraídos com fenilefrina ou KCl, seguido de protocolos para testar a influência de vias de relaxamento vascular, entre elas a via do NO, participação endotelial e canais de K+. Também foi realizada dosagem de GMPc por ELISA e o docking molecular com a guanilato ciclase solúvel (GCs). Os dados foram expressos como média ± erro padrão da média, a comparação entre dois grupos foi realizada através do teste t, de múltiplos grupos por ANOVA e para comparações múltiplas foi utilizado o teste de Tukey. Foi observado que o FOR011B e FOR811B apresentaram efeito relaxante máximo similar aos controles com nitroprussiato de sódio e BAY 41-2272 quando pré contraídos com fenilefrina, porém esse efeito foi reduzido na pré-contração com KCl. O FOR011B apresentou uma diminuição estatisticamente significante na potência de vasorrelaxamento quando pré-incubado com L-NAME, ODQ, hidroxicobalamina, L-cisteína, wortmanina, tetraetilamônio e 4-aminopiridina e uma redução no efeito máximo com glibenclamida. Já o FOR811B mostrou uma redução estatisticamente significante na potência de vasorrelaxamento quando pré-incubado com L-NAME, ODQ, wortmanina e tetraetilamônio e uma diminuição do efeito máximo também com glibenclamida. Pode-se concluir, portanto, que o efeito vasodilatador do FOR011B e FOR811B parece advir da via do NO possivelmente no bloqueio da GCs, adicionalmente o FOR011B também atua nos canais de potássio. A presença de ODQ não alterou a dosagem de GMPc nas preparações. Ambos os complexos de rutênio se ligaram aos sítios da GCs reduzida e oxidada. |
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