A dimensão biográfica da vida humana na filosofia raciovitalista de José Ortega y Gasset

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Costa, Edson Ferreira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/40505
Resumo: O presente trabalho defende a concepção de vida como biografia em uma perspectiva hermenêutica vivencial desenvolvida a partir do pensamento filosófico de José Ortega y Gasset. Entre os textos que fundamentam os argumentos da tese, destacamos “História como Sistema”, por ser o escrito que consegue aglutinar as categorias centrais da vida como biografia, além de trazer a narrativa como categoria central na compreensão da vida humana. Para chegarmos ao que nos parece ser a grande contribuição de Ortega no cenário filosófico contemporâneo, retomamos a crítica feita por ele à modernidade, tendo como ponto frágil o modelo de racionalidade que, diante do fundamento antropológico por ele apresentado, parece ser insustentável para dar conta de uma reflexão coerente com a realidade em discussão. A razão pura, que aparece na Filosofia moderna em Descartes, será a porta de entrada e de saída do pensamento orteguiano, pois sua perspectiva filosófica começa com a crítica à razão moderna e dela se afasta para originalmente apresentar um caminho que supere esse modelo de racionalidade. Através do que chama de razão vital e histórica, Ortega acredita encontrar um caminho seguro dentro da própria Filosofia para pensar questões até então secundárias à reflexão filosófica. Na verdade, ele se propõe a realizar, no campo da Filosofia, o mesmo que fez no campo da vida, ou seja, interligar razão e vida como duas dimensões do humano que são inseparáveis, assim como são o eu e a circunstância. Contudo, é preciso encontrar uma perspectiva de compreensão que possibilite fundamentar tal reflexão, que seja capaz de fazer com que a temática da vida seja entendida e reconhecida como uma realidade fundante. Reconhecemos que Ortega encontra essa realidade fundante em sua própria razão histórica e vivencial, quando apresenta a narrativa como o caminho de compreensão necessário à dimensão histórico vivencial do humano. Conhecer é vital para Ortega, porque, como acontecimento pessoal, a vida humana tem em seu centro um sujeito histórico que carece de ser e de saber sobre si e sobre todas as demais realidades que tocam a sua trajetória de vida. É esse querer saber que gesta um processo de entendimento que chamamos aqui de hermenêutica vivencial e que se justifica dentro de uma compreensão biográfica da vida.