Programa de Alfabetização na Idade Certa (PAIC): concepções sobre alfabetização de professores do 1º ano do ensino fundamental na Rede Municipal de Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Costa, Francisca Mônica da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/9017
Resumo: A presente pesquisa objetivou analisar as concepções sobre alfabetização de professoras do 1o ano do Ensino Fundamental da rede municipal de Fortaleza participantes do Programa de Alfabetização na Idade Certa (PAIC). O estudo tem como referencial teórico a proposta sociointeracionista de Vygotsky (1991, 2001) e de Luria (2010). Apoia-se também nos estudos de Ferreiro e Teberosky (1985) e de Ferreiro (1990, 2001, 2011) sobre concepção de alfabetização e nas contribuições de Tardif e Gauthier (1996), Tardif (2010), Gauthier (1998) e Pimenta (1999, 2012) acerca dos saberes docentes. A pesquisa é de natureza qualitativa do tipo estudo de caso múltiplo, e contou com a participação de seis professoras da rede municipal de Fortaleza, sendo cada uma de um Distrito Educacional. A coleta de dados ocorreu por meio de associação livre de palavras, entrevista, análise de produções escritas de crianças em diferentes níveis psicogenéticos e análise documental de planos de aula das participantes da investigação. Os resultados obtidos sugeriram duas diferentes concepções de alfabetização: a concepção tradicional e a construtivista-interacionista. As duas professoras apresentaram a predominância da concepção tradicional atribuíram importância ao desenvolvimento de pré-requisitos para a alfabetização. Para elas, a alfabetização é um processo cumulativo em que o ensino parte do fácil ao difícil e vincula-se a metodologias tais como treino da leitura, emprego do método silábico e uso do autoditado diário como forma de se evitar o erro. Apesar de ter predominantemente a concepção tradicional, essas docentes caracterizaram os níveis psicogenéticos da língua escrita, mas demonstraram dificuldades e imprecisões em propor intervenções didáticas de acordo com o nível psicogenético da escrita. As quatro professoras defensoras da concepção construtivista-interacionista compreendem a alfabetização como um processo que se inicia antes mesmo da entrada da criança na escola. Para essas professoras, a criança percorre diferentes níveis de conceitualizações na tentativa de compreender a representação alfabética da língua. Verificou-se coerência entre a análise das professoras sobre níveis psicogenéticos de escrita e as sugestões de intervenção. Segundo essas quatro professoras, as crianças constroem conhecimentos e ao professor é atribuído o papel de mediá-los. Conclui-se que, apesar das ações da formação do PAIC se basearem em pressupostos construtivistas-interacionistas, identifiou-se professoras que ainda não consolidaram essa concepção de alfabetização.