Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Cavalcante, Eider de Olivindo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7789
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Resumo: |
A presente pesquisa procura tornar inteligível a modernização estratégica e seletiva do estado do Ceará a partir do que se denominou vetores de modernização, focalizando principalmente a modernização do litoral que se realiza, principalmente, por meio do turismo e da urbanização. Até os finais da década de 1970, que marcaram o surgimento dos primeiros conflitos com especuladores imobiliários e grileiros, o litoral do Ceará representava um sinônimo de liberdade para remanescentes indígenas e outros agrupamentos humanos que historicamente habitaram o litoral ou que decidiram migrar, fugindo de conflitos agrários e de outros processos que funcionalizavam fortemente outras particularidades do estado. Entretanto, no contexto da busca de novos territórios e setores para a acumulação capitalista, como também da subordinação do tempo livre e das demais relações sociais que escapavam à lógica da (re)produção das relações sociais de produção capitalistas, o litoral passou a ser fortemente funcionalizado como território turístico. Tal fato motivou uma situação atual em que as possibilidades de apropriação encontram-se cada vez mais sufocadas pelo conflito com a dominação do aparato estatal-empresarial. Nesse contexto, destacou-se a localidade do Cumbuco — histórica comunidade pesqueira marítima localizada no município de Caucaia — enquanto recorte espacial, procurando compreender os conflitos, as mudanças e as permanências da localidade diante da referida modernização. O foco central do trabalho é a mudança do modo de vida no/do Cumbuco, modo que até décadas passadas era caracterizado pelo tempo lento, pelas atividades ligadas a pesca artesanal, confecção de bordados, labirintos e crochês, cultivo de vazante, religiosidade, e por todo um leque de práticas e representações de mundo. No desenrolar histórico, entretanto, esse modus vivendi foi subordinado à lógica da mercadoria e estilhaçado em vários percursos e atrações para turistas, veranistas e investidores. Com a forte ação dos especuladores imobiliários e o elevado preço da terra, observou-se, também, a re-territorialização de parte dos cumbuqueiros no Parazinho — uma ocupação precária sobre o campo de dunas, oriunda da saída de pescadores e/ou filhos de pescadores de suas antigas residências. Nesse sentido, entendendo que a discussão está longe de ser esgotada e que a processualidade histórica nunca finda, procura-se contribuir com alguns subsídios para o entendimento da modernização do litoral cearense, sobretudo do Cumbuco. |