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Fatores estruturadores dos estágios iniciais de desenvolvimento das comunidades incrustantes na Baía do Araçá, São Sebastião-SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Karina Kitazawa de Souza
Orientador(a): Dias, Gustavo Muniz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do ABC
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Evolução e Diversidade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=107064&midiaext=74826
http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=107064&midiaext=74826/index.php?codigo_sophia=107064&midiaext=74827
Resumo: A maioria dos organismos que habitam costões rochosos possui ciclos de vida com uma fase larval planctônica e uma fase adulta bentônica. Uma vez que a larva é liberada na coluna de água, esta pode ser transportada para regiões afastadas da costa ou se fixar próximo à sua fonte de origem. Para organismos incrustantes, a transição do ambiente pelágico para o bentônico ocorre através do assentamento e recrutamento larval, período em que os organismos recém-metamorfoseados se fixam nos substrato e estão altamente sujeitos ao estresse tanto biótico quanto abiótico. Por esse motivo, o período entre o estágio larval e o estabelecimento dos adultos é considerado crucial para a diversidade e estruturação das comunidades incrustantes. No litoral norte do Estado de São Paulo, a Baía do Araçá é uma enseada, constantemente exposta a ações antrópicas, estando ameaçada pela expansão eminente do Porto de São Sebastião. Uma vez que a baía engloba um gradiente de condições físicas da sua entrada até o seu interior é esperado que os impactos da expansão do porto sejam diferentes entre as regiões da Baía do Araçá. Desta forma, objetivo deste estudo foi avaliar como os processos físicos e biológicos afetam o assentamento e recrutamento na comunidade bentônica de organismos sésseis da franja do infralitoral na Baía do Araçá e avaliar se diferenças nesses processos ao longo do gradiente formado da entrada para o interior da baía e ao longo do ano resultam em comunidades incrustantes distintas. Avaliamos ainda os efeitos dos fatores abióticos e biológicos, na diversidade e estruturação de comunidades de recrutas da franja do infralitoral. Em geral, os fatores que mais contribuíram para diferenças entre as regiões estudadas foram a concentração de clorofila e turbidez, que influenciaram a dinâmica de assentamento e recrutamento. Já a disponibilidade larval de uma forma geral foi influenciada principalmente pelo oxigênio dissolvido na água do mar variando muito ao longo do período estudado e entre as regiões. Larvas de poliquetos foram mais abundantes no interior da baía no verão. Tanto assentados quanto recrutas de ascídias e briozoários foram mais abundantes na entrada da baía, enquanto organismos solitários como poliquetos foram mais abundantes no interior da baía. A influência da predação não diferenciou as duas regiões, mas ocorreu em uma escala menor, dentro de cada região, podendo ter colaborado para moldar a comunidade e diminuir a riqueza e a dominância da ascídia Didemnum psammatodes. A disponibilidade larval não foi um bom preditor do assentamento, nem do recrutamento na comunidade, sugerindo que processos pósassentamento mediados principalmente por fatores abióticos, também contribuem para a formação de comunidades distintas entre as regiões. Concluímos que os estágios iniciais de desenvolvimento das comunidades da franja do infralitoral e os fatores que as estruturam diferem ao longo do gradiente da entrada para o interior da Baia do Araçá. Essa heterogeneidade espacial pode explicar a alta diversidade já registrada na região. A eventual degradação de parte da Baía do Araçá causada pela expansão do Porto de São Sebastião poderá causar em perda de biodiversidade.