Perspectiva do docente de Ensino Fundamental de escolas da zona leste de São Paulo sobre a iconografia canônica da evolução

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Patricia da Silva
Orientador(a): Santos, Charles Morphy Dias dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do ABC
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ensino, História e Filosofia das Ciências e Matemática
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=103777&midiaext=73259
http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=103777&midiaext=73259/index.php?codigo_sophia=103777&midiaext=76337
http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=103777&midiaext=73259/index.php?codigo_sophia=103777&midiaext=76337/index.php?codigo_sophia=103777&midiaext=73260
Resumo: A teoria da evolução é um dos pilares do ensino de ciências naturais. Mau uso ou má interpretação de teorias científicas pode gerar danos sociais consideráveis, como aconteceu diversas vezes no século XX, seja pela defesa de princípios de eugenia aplicados à sociedade ou pela adoção do racismo como norma social. Atualmente, assuntos como família nuclear, homossexualidade e xenofobia tornam cada vez mais necessários a compreensão da teoria evolutiva, a fim de evitar que o injustificável seja justificado pela interpretação equivocada da ciência. Acreditamos que a difundida iconografia canônica da teoria da evolução (a fila de hominídeos "em progresso") tem forte influencia na percepção de docentes, discentes e mesmo do público leigo não especializado. A proposta central deste trabalho é verificar se a iconografia canônica da evolução afeta a percepção dos educadores quanto à teoria da evolução, e dessa forma, se influencia na visão de mundo deles. A metodologia consiste em pesquisa bibliográfica, pesquisa quantitativa (exploratória) e qualitativa. Na pesquisa quantitativa exploratória foi utilizada uma enquete, disponibilizada online, com nove questões para as quais a resposta era binária. Participaram professores de qualquer área e nível de ensino e estudantes do ensino superior, resultando na participação de 125 voluntários, distribuídos geograficamente na Grande São Paulo. Destes, 81,5% são estudantes. Aproximadamente 80% dos voluntários parecem compreender a teoria da evolução, a despeito de alguma confusão sobre a interpretação da evolução humana e a importância dada à "marcha dos hominídeos" como forma de divulgação cientifica da teoria. Os resultados da pesquisa exploratória direcionaram a pesquisa qualitativa final, que contou com a participação de dezoito docentes de ensino fundamental da rede municipal de ensino, em escolas localizadas na zona leste da capital. A pesquisa foi composta por seis questões abertas. Num quadro geral, nota-se que a compreensão acerca da teoria da evolução é bastante superficial e que a iconografia canônica da evolução parece de fato ajudar na perpetuação da ideia de superioridade entre as espécies, tendo o homem como o cume da evolução. Analisando os dois grupos de docentes que responderam à pesquisa, podemos constatar que a interdisciplinaridade não se faz presente (ou é muito tênue), faltando aos docentes de ciências a compreensão mais ampla do contexto histórico no qual as teorias se inserem; aos demais docentes, faltam noções científicas menos calcadas no senso comum. Realizou-se levantamento histórico acerca da teoria da evolução e imagens que representam esta perspectiva ao longo dos séculos. É bastante claro a crença na superioridade humana estabelecida desde a Grécia Antiga e perpetuada ao longo da história, sendo justificada através de teorias pseudo-científicas, mesmo após a Teoria da Evolução definida por Darwin e Wallace. Foi realizado levantamento histórico sobre teorias raciais e eugenia, bem como a busca de imagens atuais que difundem a iconografia supracitada. Como corolário, pode-se dizer que uma sociedade humana estabelecida com a percepção de superioridade sobre outros seres vivos provavelmente continuará explorando demasiadamente os recursos naturais e humanos, justificando esse comportamento através de argumentos pseudocientíficos.