Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Rebouças, Carolina Silva Pereira |
Orientador(a): |
Ristum, Marilena |
Banca de defesa: |
Souza, Luciana Melo e,
Pontes, Vivian Volkmer,
Ristum, Marilena |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Psicologia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós Graduação em Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34191
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Resumo: |
O presente estudo aborda as significações da parentalidade para genitores que vivenciaram a violência intrafamiliar na infância e adolescência. Para tanto, foram integradas discussões sobre filialidade, parentalidade e violência intrafamiliar contra a criança e ou adolescente. Tendo em vista esta problemática, o referencial teórico adotado foi o da Psicologia Semiótico Cultural. Buscou-se analisar especificamente: os modos como a experiência de violência perpetrada pelos pais na infância se relacionam com as significações sobre filialidade e as significações que os participantes constroem sobre suas experiências de parentalidade. Como método, foi escolhida uma abordagem qualitativa com o uso da narrativa dos sujeitos, elegendo o estudo de casos múltiplos, sendo a análise realizada de forma que atendesse aos objetivos específicos. O estudo foi realizado no contexto do “Brincando em Família” do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia que oferece atendimento psicológico em grupo a partir do brincar para as crianças e suas famílias. Desta forma, alguns pais que se adequaram aos critérios estabelecidos, foram convidados a participar da pesquisa empreendida, sendo o convite realizado a partir de uma breve explicação sobre os objetivos. Este estudo foi realizado com dois sujeitos (um pai e uma mãe). Entre os resultados, percebeu-se que para os participantes as significações sobre a filialidade foram atravessadas pela vulnerabilidade social e econômica e pela violência intrafamiliar. Na narrativa de José, a filialidade relacionada à figura paterna foi significada como violenta e permeada por sentimentos de ambivalência. No que diz respeito a sua mãe, José define a relação entre ambos como permeada por muito amor, cuidado mútuo, companheirismo e proteção. Também fica claro que suas significações atuais de parentalidade (principalmente com Laura e Josiel) estão também relacionadas com o seu próprio pai, descrevendo pontos negativos da relação que estabeleceu com ele, refletindo criticamente sobre como tais atitudes o impactaram e, deste modo, buscando agir diferente em relação ao próprio filho. As significações de filialidade desenvolvidas por Diana, referentes à própria mãe, assumem, primeiramente, sentimentos positivos como o de ser amada, querida e acarinhada. Entretanto, com a saída da mãe do contexto familiar, tais significações foram atravessadas pelo abandono material e afetivo, tristeza, ambiguidade, sentimento de inferioridade, além de violência física e psicológica sofrida por parte das irmãs. Quanto ao pai, seus relatos evidenciam as significações de filialidade perpassadas pelo distanciamento afetivo e a negligência. Para Diana, a experiência da maternidade mostrou-se como um evento disruptivo na sua trajetória. Em sua narrativa, a participante expressa que seus interesses pessoais conflitam com o exercício da maternidade, evidenciando especialmente na falta de investimento afetivo. Com os dois sujeitos desta pesquisa percebemos que a violência intrafamiliar experienciada na infância com os próprios pais, mesmo sendo um evento passado pode estar imbricada na experiência presente da parentalidade, embora sem determina-la. |