Quando canta o Brasil: uma análise do samba urbano carioca na Rádio Nacional nos anos 1950.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Ribeiro, Juliana Batista lattes
Orientador(a): Moura, Milton Araújo lattes
Banca de defesa: Moura, Milton Araújo lattes, Santanna, Marilda lattes, Abib, Pedro Rodolpho Jungers lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Poscultura) 
Departamento: EDUFBA
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37451
Resumo: Esta dissertação tem como objeto de estudos o processo de emblematização do samba urbano carioca nos anos 1950 e sua reconfiguração como ícone nacional moderno. Busca-se entender os vetores que conduziram a esta formação, suas consequências e influências no processo da construção identitária brasileira. O corpus do trabalho são as canções do programa Quando Canta o Brasil, transmitido pela Rádio Nacional de 1952 a 1957, fonte primária que alicerça as análises dos tipos de samba aí encontrados e dos seus desdobramentos em estilos hifenizados. Trata-se de organizar um quadro tipológico do samba urbano carioca na década de 50 e compreender o processo de construção da identidade nacional a partir da música popular, levando em consideração as apropriações do governo Vargas para a consolidação do estilo como referência nacional. Investiga-se a importância da Orquestra Brasileira sob regência de Radamés Gnattali no processo de emblematização do samba, através do repertório do programa. Ao longo da pesquisa, constatou-se que o samba convertido em ícone para o país foi reestilizado, apropriado e orquestrado, distanciando-se da sua forma de expressão no final do século XIX, no Rio de Janeiro. O corpo teórico é embasado pelos conceitos de heterogeneidade e mediação transcultural em Hermano Vianna (1995) e no caminho teórico-musical de Carlos Sandroni (2001), que aponta as estilizações ocorridas com a célula rítmica do samba, retratando um novo paradigma na sua ressignificação social. A escuta é encarada como espaço ativo, capaz de construir significados individuais e coletivos, influenciando na formação das relações sociais. A identidade é vista como elemento relacional, construída a partir de trocas múltiplas, nas diversas esferas que compõem o social, agregando caracteres de pertença interpessoais. A música é tratada como elemento fundamental e transversal na construção identitária do Brasil, mediando contextos, grupos sociais, sonoridades, padrões e comportamentos muitas vezes distintos, através do samba.