Percepções de professoras e gestoras das escolas do campo em torno do uso das tecnologias digitais no contexto da pandemia da COVID-19.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Jaqueline de Jesus dos lattes
Orientador(a): Bonilla, Maria Helena Silveira lattes
Banca de defesa: Bruno, Adriana Rocha lattes, Coelho, Lívia Andrade lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) 
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34703
Resumo: Vivemos em um contexto global de pandemia da COVID-19, que teve o isolamento e distanciamento físico como principais estratégias para conter a proliferação da doença. No âmbito educacional, houve, no início do ano letivo de 2020, a suspensão das aulas presenciais, as escolas foram fechadas, e isso provocou mudanças em toda organização escolar. Percebemos, em todo o país, uma busca das Secretarias de Educação por alternativas de continuidade dos processos educativos, com a utilização das tecnologias, entre essas as tecnologias digitais móveis, que se destacam como possibilidade de manter as interações com os funcionários, famílias e alunos durante a pandemia. Nesse contexto, esta pesquisa teve o intuito de compreender as percepções das professoras e gestoras das escolas do campo acerca dos movimentos desencadeados pelos alunos, com as tecnologias digitais móveis, para permanência do vínculo com a escola no contexto de pandemia. Para tanto, utilizamos como abordagem a pesquisa qualitativa, como método o estudo de caso, e como dispositivos de produção das informações entrevista, questionário e rodas de conversa com professoras e gestoras que trabalham nas escolas do campo, do Distrito de Abrantes em Camaçari-BA. Como metodologia para análise de dados, utilizamos a Análise Textual Discursiva. As professoras e gestoras perceberam que as mudanças impostas pelo contexto pandêmico modificaram a rotina escolar, o vínculo com os alunos, o tempo de devolutiva das atividades pedagógicas e provocaram o aumento na carga horária de trabalho. No caso das escolas do campo, em que as professoras e gestoras desta pesquisa trabalham, houve o aumento da desigualdade educacional, considerando que, no contexto em que os alunos estavam em casa, o nível de instrução e acompanhamento das famílias torna-se fundamental para a continuidade dos processos educativos e acompanhamento dos alunos. Em geral, as famílias no campo têm poucas condições para mediar os processos de ensino e aprendizagem, seja pela ausência de conhecimentos, falta de infraestrutura física e tecnológica e/ou disponibilidade de tempo para acompanhar os filhos no tempo escolar, por precisarem trabalhar para garantir o sustento da família. Esta pesquisa também evidenciou a ausência de formação dos professores para trabalhar com as tecnologias digitais em rede, a falta de condições de trabalho para realização do trabalho remoto e a necessidade de investimento público na garantia de condições para o acesso à educação e à efetivação do trabalho pedagógico em tempos em que o acesso às tecnologias digitais e à conexão é fundamental para continuidade dos processos educativos.