Escola de Espectadores de Buenos Aires: uma pesquisa participante sobre mediação teatral no cenário portenho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Romano, Olívia Camboim
Orientador(a): Santos, Gláucio Machado
Banca de defesa: Mendonça, Célida Salume, Massa, Clóvis Dias, Soares, Luiz Claudio Cajaiba, Borges, Paula Alice Baptista
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Teatro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25331
Resumo: Nesta tese apresento os resultados da pesquisa de doutorado desenvolvida no Programa de Pósgraduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia sobre os procedimentos metodológicos de mediação teatral utilizados com espectadores adultos no ensino não formal, especialmente na Escuela de Espectadores de Buenos Aires (EEBA). A EEBA, fundada em 2001, dirigida por Jorge Dubatti e coordenada por Nora Lía Sormani, é um espaço onde os assistentes estudam e refletem sobre parte dos espetáculos em cartaz na cidade onde está sediada, sob a mediação de um especialista e com a presença de diferentes artistas convidados (atores, diretores, cenógrafos, entre outros) envolvidos nas obras recomendadas pela escola. A EEBA tem se destacado no cenário teatral latino-americano, pois, desde o seu surgimento, vem servindo de modelo para criação de espaços semelhantes em diversos países, como México, Uruguai, Bolívia, Colômbia, Peru e Brasil. A metodologia da pesquisa, cuja análise dos dados é prioritariamente qualitativa, está inserida na perspectiva da etnografia. Assim, esse trabalho foi construído não só com uma ampla pesquisa bibliográfica sobre os temas que atravessam esta investigação, que está ancorada nos estudos de autores como Flávio Desgranges, Jorge Dubatti, Marie-Madeleine Mervant-Roux, Nadia Champesme, entre outros, mas também pautado no trabalho de campo efetuado em diferentes etapas em Buenos Aires e Porto Alegre, em 2015 e 2017. Especialmente a partir desse trabalho de campo, constatei que na EEBA o principal procedimento de mediação teatral é uma entrevista realizada pelo mediador com o teatreiro (ou grupo) convidado e o enfoque das aulas está na escuta desse convidado, sendo que, esse exercício de escuta pode motivar a ida dos assistentes aos espetáculos recomendados; pois, sem dúvida, a escola estimula o desejo por teatro e influencia tanto o acesso físico como o acesso linguístico do espectador ao teatro. Considerando a longevidade e o potencial da EEBA, concluo que seja válido que ela seja tomada como modelo e/ou inspiração para a criação de outras escolas de espectadores, desde que esses projetos sejam adaptados aos contextos nos quais estão inseridos.