Entre o broto e a rosa do clássico: análise histórico-crítica do movimento dos conteúdos nos livros didáticos de Química.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Victor Ferreira Dias
Orientador(a): Messeder Neto, Hélio da Silva
Banca de defesa: Pasqualini, Juliana Campregher, Moradillo, Edilson Fortuna de, Messeder Neto, Hélio da Silva
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Ensino, Filosofia e História das Ciências
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32562
Resumo: A seleção de conteúdos é uma das questões mais polêmicas na área de ensino de Química. Nesse sentido, esse trabalho teve como objetivo investigar o processo de inserção, retirada e resistência dos conteúdos entre o período de 1827 até 2017, utilizando as seguintes subdivisões para executar esses procedimentos: desenvolvimento das ideias pedagógicas leigas, o Ecletismo, Liberalismo e Positivismo (1827-1932); equilíbrio entre a pedagogia tradicional e a pedagogia nova (1932-1947); predominância da pedagogia nova (1947-1961); crise da pedagogia nova e articulação da pedagogia tecnicista (1961-1969); Pedagogia Tecnicista, concepção analítica e visão crítico-reprodutivista (1969-1980); ensaios contra-hegemônicos: as pedagogias críticas buscando orientar a prática educativa (1980-1991); o neoprodutivismo e suas variantes: neoescolanovismo, neoconstrutivismo, neotecnicismo (1991-2001); PNLD e propostas da área de ensino de Química (2002-2017). Além disso, realizou-se uma discussão referente às principais ideias pedagógicas e teorias curriculares que influenciaram nesse processo. Destarte, essa pesquisa buscou, com esse caminho de investigação, avançar no entendimento do conceito de clássico como norteador da seleção de conteúdos da pedagogia histórico-crítica, teoria que passa por um processo de construção coletiva de suas produções teóricas. Como metodologia de pesquisa, selecionamos os livros didáticos de Química ao longo dos períodos anunciados, verificando quais eram as manifestações de conteúdos presentes nesses materiais, pois configuram-se como principal instrumento para efetuar a seleção de conteúdos pelo professorado. Nosso estofo de análise foi a pedagogia histórico-crítica e o método materialista histórico-dialético em coerência com o próprio desenvolvimento dessa teoria educacional. Buscamos, nesse sentido responder a seguinte pergunta: Quais conteúdos foram aparecendo e desaparecendo ao longo do processo histórico? Concluímos que os conteúdos analisados são e não são os mesmos. Cada um deles requereria um estudo específico para perceber suas mudanças e identificar suas unidades de análise, mostrando o que permaneceu e o que desapareceu dentro desses mesmos conteúdos, abrindo, assim, novas possibilidades de pesquisa para o ensino de Química e para a pedagogia histórico-crítica. Mesmo com essas características, verificamos nesse movimento de aparecimento e desaparecimento que muitos conteúdos resistiram a todo o processo histórico, o que indica que, mesmo com todo o esvaziamento das pedagogias do aprender a aprender e da influência construtivista, existem conteúdos que podem ser caracterizados como clássicos da pedagogia histórico-crítica. Os resultados apontam que resistiram com destaque os conceitos de substância, misturas, átomos, moléculas, modelos atômicos, equilíbrio químico, propriedades coligativas, eletrólise, noções de oxidação e redução, cinética das reações, soluções, coloides, funções orgânicas, ácidos, bases, sais e reações nucleares.