Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Barros, Walmir Roberto Estima do Rego
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Orientador(a): |
Lemos, André Luiz Martins |
Banca de defesa: |
Grohmann, Rafael do Nascimento,
Barros, Samuel Anderson Rocha,
Lemos, André Luiz Martins |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas ( POSCOM)
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Departamento: |
Faculdade de Comunicação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39859
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Resumo: |
A pesquisa visa compreender as relações de poder embutidas nos processos de dataficação de uma experiência de cooperativismo de plataforma na cidade de Araraquara, São Paulo, Brasil, em 2022. A iniciativa partiu da organização de trabalhadores em cooperativa que adquiriram a franquia da plataforma Bibi Mob e teve apoio da prefeitura da cidade por meio da incubadora local de economia solidária. A experiência deu errado oito meses após o início, esse artigo analisa o fracasso da experiência a partir de uma perspectiva neomaterialista. Analisando o processo de dataficação do dispositivo, o trabalho expõe as redes sociotécnicas que reproduziam localmente relações globais de poder onde quatro gigantes de tecnologia estavam no topo da orquestração: Google, Apple, Meta (Facebook) e Amazon. Google e Amazon tiveram os agenciamentos mais essenciais para o fracasso da experiência, obrigando os atores locais a se adequarem a regras de funcionamento determinadas por plataformas infraestruturais. Argumento que este fracasso se deu pela necessidade da cooperativa de participar de um ecossistema de plataformas com relações de poder já bem estabelecidas, onde a dependência de uma plataforma franqueada complicou mais ainda as relações, limitando o poder de resistência por parte dos trabalhadores. Porém, argumento ainda que a plataforma franqueada era apenas uma camada mais superficial de uma rede de poder que disciplina a agência dos atores locais na economia de plataformas: até mesmo da prefeitura e da empresa privada proprietária da franquia. Com análise de uma experiência local, a pesquisa tensiona os conceitos de cooperativismo de plataformas, capitalismo de plataformas, capitalismo de vigilância, colonialismo de dados e soberania de dados. Além disso, ilustra com um caso empírico as principais barreiras e limitações da economia de plataformas a movimentos de autonomia. Por fim, proponho o conceito de autonomia disciplinada para identificar questões de interesse em iniciativas semelhantes, ou seja, movimentos de resistência que só conseguem agir com autonomia dentro dos muros bem definidos por minuciosas invenções técnicas que reproduzem o poder disciplinar vigente na sociedade de plataformas. |