Alimentação saudável como devir: experiências de agentes comunitários de saúde em um município brasileiro.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cavalcanti, Luiza Guimarães
Orientador(a): Santos, Ligia Amparo da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Nutrição
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29710
Resumo: O objetivo deste trabalho foi compreender como Agentes Comunitários de Saúde (ACS) em um município brasileiro experienciam a alimentação saudável (AS) em seu cotidiano e na sua prática profissional. Trata-se de estudo qualitativo com abordagem compreensiva, no qual foram realizadas entrevistas narrativas com dez ACS, sendo nove mulheres e um homem, com idades entre 32 e 50 anos. Os resultados foram analisados a partir de Kaufmann (2013) e indicaram que AS e saúde são experienciadas pelos entrevistados como devires: atos, a experiência em si no momento em que se realiza e, por isto mesmo, se transforma, encontrando referências a partir daquilo que se espera “vir a ser”, e de sua oposição, do “vir a não ser” doente. Buscou-se explorar a emergência da AS com devir per si e como meio para se alcançar o devir-saúde, revelando a relação fundamental entre ambos. O tópico “A dupla captura saúde e alimentação saudável: as núpcias entre os devires” problematiza as experiências da AS e da saúde como horizontes em direção ao quais os ACS avançam, em um movimento de contínua reconstrução e interação, no qual são produzidas referências que orientam os devires. A apresentação de tais referências foram organizadas nos três subitens a seguir: “‘Cada casa uma história’: a formação profissional e o encontro com o outro”, no qual se encontra o processo formativo como ACS, responsável por orientar os devires e os transformar, construindo um jogo de evitações, negociações e novos consumos alimentares; “‘Eu já tenho casos na família’: o contexto familiar”, em que se apresenta o papel das experiências familiares na orientação dos devires, destacando a herança genética, o adoecimento de parentes próximos e as relações sociais estabelecidas no âmbito da família; e, finalmente, “‘Com o passar do tempo’: o processo de envelhecimento e o devir-corpo”, quando é descrito o processo de envelhecimento, capaz de imprimir a dinamicidade do devir nos corpos dos sujeitos e revelar a emergência do devir-corpo. Foi possível observar que a AS não possuiu forma própria para os entrevistados, já que se encontrou em constante processo de construção e modificação, rompendo a lógica binária produzida na modernidade. Espera-se que este estudo contribua para as reflexões mais amplas sobre saúde e AS, em que a tríade corpo-alimentação-saúde seja abordada, fazendo emergir outras funções que cumpre ao permear as experiências de vida dos sujeitos.