A flexão de caso pronominal no continuum do português popular da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mendes, Elisângela dos Passos
Orientador(a): Lucchesi, Dante
Banca de defesa: Lucchesi, Dante, Mota, Jacyra Andrade, Cardoso, Suzana, Lopes, Norma da Silva, Araújo, Silvana Silva de Farias
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27005
Resumo: RESUMO Este estudo analisou a flexão de caso dos pronomes pessoais no português popular da Bahia, com o objetivo de observar a distribuição do fenômeno – na estrutura linguística e social – no continuum de urbanização do português brasileiro, que se estende das variedades rurais mais isoladas às variedades urbanas cultas. Os dados da análise foram recolhidos em amostras de fala de quatro corpora do português popular da Bahia: a) o do português afro-brasileiro (28 entrevistas); b) o do português popular de cidades do interior de pequeno porte (48 entrevistas) – Santo Antônio de Jesus (24) e Poções (24); c) o do português popular de cidade do interior de médio porte (24 entrevistas) – Feira de Santana; d) e o do português popular urbano da capital baiana (60 entrevistas) – Salvador. O estudo foi desenvolvido com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista e, para a observação do fenômeno em foco, foram definidas duas variantes linguísticas: o pronome flexionado e o pronome não flexionado. A análise descritiva demonstrou que, no português popular da Bahia, somente os paradigmas de primeira e segunda pessoa mantêm a alternância entre as formas flexionadas e não flexionadas dos pronomes. Os dados submetidos à análise quantitativa, correspondentes a esses paradigmas, demonstraram que a primeira pessoa do singular, exibe maior percentual de flexão de caso do que a segunda pessoa do singular. Particularizando a análise, submetemos apenas o paradigma de primeira pessoa do singular à análise estatística. Os resultados evidenciaram, de um modo geral, que, no continnum de urbanização do português popular da Bahia, as variedades dos grandes e médios centros urbanos (Salvador e Feira), têm demonstrado resistência ao uso dos pronomes não flexionados de primeira pessoa do singular nas posições de complementos verbais e adjuntos adverbiais, diferentemente das variedades do interior de comunidades de pequeno porte (Santo Antônio e Poções) e das comunidades rurais isoladas afro-brasileiras. Dentre as variáveis linguísticas e sociais selecionadas como estatisticamente relevantes pelo programa Goldvarb para a flexão de caso da primeira pessoa do singular, no continuum do português popular da Bahia, destacam-se: função sintática do pronome, regência da preposição, tipo de discurso (laico ou religioso), sexo, comunidade e localidade (sede e rural).