SALTIMBANCOS COMO SOMOS NÓS: NOVAS E VELHAS METÁFORAS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Eliane Brito Lima e
Orientador(a): Pondé, Serafina Maria de Souza
Banca de defesa: Lima, Luciano Rodrigues, Santana Neto, João Antonio de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29312
Resumo: Este trabalho busca analisar o emprego da metáfora, em seus diversos aspectos, na obra musical Os Saltimbancos, de Chico Buarque de Hollanda. Trata-se de uma obra, a princípio, destinada a um público específico, as crianças, o que faz com que alguns a determinem como Literatura Infantil, normalmente vista como um gênero menor. Se tal categorização consegue, por um lado, atribuir ao gênero um caráter positivo, por outro, pode também revelar vestígios de uma subjugação da criança. No caso da última assertiva, a psicopedagogia, a partir de estudiosos como Rousseau (1995), Lipman (1998) e Sharp (1998), põe em xeque essa ideologia. Nesse sentido, questões abordadas pela área são confirmadas neste estudo por meio da observação a uma criança prestes a completar 4 anos de idade, Samuel, a qual, tomada como sujeito, serve de ponte entre o real e o teórico da pesquisa. Elegeu-se como metodologia de trabalho o estudo das letras de canções que compõem a referida fábula musical, analisando-se suas metáforas, estas consideradas enquanto tradição no universo literário, tanto em termos de estudo, quanto de composição; contudo, por se tratar de um uso específico da linguagem, despertou também o interesse dos estudos linguísticos. Vive-se atualmente um momento de comunhão entre as áreas do saber; e a metáfora, nesse contexto, faz-se produtiva tanto separadamente na Literatura e na Linguística, quanto na intercessão entre ambas. Nos dois casos, alguns estudiosos podem ser destacados, como Jakobson (1975), Johnson e Lakoff (2002). O primeiro se apresenta como o precursor da pesquisa interdisciplinar; os dois últimos inovaram o pensamento sobre essa figura de linguagem que, até então, era vista apenas pelo viés literário, ao estabelecerem uma linha exclusiva para o seu estudo: a Semântica Cognitiva. Baseada nos estudos cognitivistas, que têm Piaget (1971, 1998) como um exímio representante, a Semântica Cognitiva defende que a metáfora é mais do que um mero uso expressivo da linguagem, pois já existiria em um plano mental, sendo um valioso instrumento de comunicação, quando acionada. Assim, é possível notar a ocorrência de metáforas novas e velhas, tanto na perspectiva literária, quanto na visão linguística. Finalmente, o que vai se observar nelas é uma vitalidade atemporal, comprovando, portanto, que a Literatura Infantil pode ser considerada como um gênero maior, visto que, ao invés de restringir o público, contempla a todos.