Acesso aos serviços de saúde para o controle do câncer do colo do útero em duas regiões de saúde da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cerqueira, Raisa Santos Ribeiro lattes
Orientador(a): Santos, Adriano Maia dos
Banca de defesa: Santos, Adriano Maia dos, Biscarde, Daniela Gomes dos Santos, Martins, Poliana Cardoso, Lima, Elvira Caires
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC - IMS) 
Departamento: Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36502
Resumo: Nesta dissertação, acesso aos serviços de saúde para controle do câncer de colo do útero (CCU) foi analisado em dois artigos. O primeiro artigo é uma revisão intitulada “Controle do câncer do colo do útero na atenção primária à saúde em países sul-americanos: revisão sistemática”, que envolveu duas etapas: uma revisão documental em sites governamentais e uma revisão sistemática da literatura em bases de dados – LILACS, MEDLINE, Scopus, SciELO e Science Direct. Os resultados da revisão sistemática, no primeiro artigo, evidenciam que todos os países pesquisados tinham taxas elevadas de morbimortalidade por CCU e prevaleceu o rastreamento oportunístico na Atenção Primária à Saúde (APS. Todos os países adotavam uma concepção abrangente de APS, embora o processo de implementação estivesse em estágios heterogêneos e predominassem a focalização e a seletividade. Evidencia-se pior acesso ao rastreamento para mulheres de regiões rurais ou remotas e para povos originários e a indisponibilidade de serviços de APS próximos às residências/comunidade foi uma importante barreira para o rastreamento do CCU. Diante disso, a fragmentação dos sistemas de saúde e a segmentação na oferta de serviços se mostraram como obstáculos para a prevenção e o controle do CCU na América do Sul, ressaltando a necessidade de programas organizados de rastreamento do CCU e a incorporação de busca ativa para realização do Papanicolaou via APS. O segundo artigo é um estudo de caso, com abordagem qualitativa intitulado “Experiências e percepções de ginecologistas do SUS na assistência para controle do CCU em duas regiões de saúde da Bahia”. Para obter dados no estudo de caso, foram realizadas oito entrevistas semiestruturadas com três ginecologistas da região de saúde de Juazeiro e cinco ginecologistas na região de saúde de Vitória da Conquista. Os dados empíricos foram interpretados à luz da Análise de Conteúdo Temática. O conjunto dos resultados está apresentado em dois artigos. Os resultados da análise de dados empíricos, revelaram a desarticulação entre médicos ginecologistas com a rede para controle do CCU. Na experiência dos ginecologistas, os tempos alargados entre coleta de exame Papanicolau pela APS e liberação de resultado, bem como dos resultados histopatológicos das biópsias comprometiam o seguimento ambulatorial em tempo oportuno. Neste sentido, comumente, mulheres recorriam à rede privada por meio do desembolso direto para adiantar parcelas da via assistencial no SUS. O acesso aos ambulatórios era diversificado e, rotineiramente, as mulheres procuravam o serviço por queixas ginecológicas, ao invés de consultas específicas para controle do CCU, mesmo quando referenciadas pela APS. Em síntese, ainda que tenham competência técnica para diagnóstico do CCU em fases precoces, os ginecologistas estavam posicionados de forma a centrarem suas práticas sem integração à rede e, neste sentido, havia dificuldade de um cuidado compartilhado e de compreensão acerca das condições materiais e simbólicas que contribuem para persistência de casos de CCU, mesmo na existência de tecnologias para prevenção e controle.