(INTER)AÇÕES AFIRMATIVAS: Políticas de sentido sobre a colonização/decolonização do conhecimento no currículo e na formação docente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bruno, Jessica Santana
Orientador(a): Nascimento, Cláudio Orlando Costa do
Banca de defesa: Macedo, Roberto Sidnei, Alves, Rita de Cássia Dias Pereira, Sá, Sílvia Michele Lopes Macedo de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ESTUDOS INTERDISCIPLINARES SOBRE A UNIVERSIDADE
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26694
Resumo: O diálogo estabelecido neste estudo discute os processos de continuidade da colonização na esfera epistemológica, com um olhar mais aprofundado para as Universidades e as epistemologias produzidas e reproduzidas nos currículos e formações nessas instituições e as vinculações dessa realidade à formação de indivíduos de grupos sociais historicamente marginalizados (negras/os, indígenas, oriundas/os de bairros periféricos, pequenas cidades do interior) que atualmente estão acessando as Universidades a partir das ações afirmativas, a partir da experiência de estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O acesso de estudantes de camadas sociais que historicamente foram marginalizadas e privadas do direito a uma educação pública de qualidade e às Universidades vem contrariando a lógica meritocrática e excludente que há muito é um marcador da educação no Brasil. A entrada destas/es estudantes nas Universidades vem rompendo a frequente tradição de baixa escolaridade a qual estes grupos sociais vêm sendo sistematicamente submetidos. A nova realidade destas Instituições evidencia a obrigatoriedade de estratégias de formação que atendam as necessidades de transformação, que altere suas ações de maneira a acolher e afiliar essas/es novas/os estudantes. Uma educação democrática, emancipatória e de excelência vai além do acesso à Universidade, suas ações sociopedagógicas têm relevância substancial. Nesse sentido, esse estudo buscou compreender como/se as/os estudantes cotistas dos cursos de licenciatura na área de humanidades da UFRB percebem nas suas formações a colonização do conhecimento. Assim, apresenta abordagens de caminhos epistemológicos que visam contribuir para a construção de processos formativos emancipatórios, a partir das teorias decoloniais e complexas (MORRIN, 2005), refletindo as continuidades e as descontinuidades das relações coloniais imperiais na estrutura sociocultural. Aborda questões referentes ao racismo epistêmico, denuncia a ausência, apagamento e menosprezo da produção intelectual de negras e negros nos cursos de graduação nas Universidades, ao tempo que traz a cena, produções intelectuais de negras/os, a exemplo de Frantz Fanon, Neusa Santos Souza, Guerreiro Ramos. O estudo demonstrou, a partir das narrativas das/os estudantes, que a formação disciplinar instituída nos cursos de graduação em grande medida, silenciam e produzem ausências de debates críticos a respeito das continuidades do processo colonizatório na esfera epistemológica, além da reprodução de práticas formativas colonizadoras. Apresenta como resultado que essas/es estudantes através de sua capacidade de agência, estabelecem estratégias formativas emancipatórias, através da criação de mecanismos de insubordinação aos diversos fatores de opressão que os/as sujeitam.