Eficácia de uma tecnologia educativa na redução de sintomas musculoesqueléticos em cuidadores domiciliares de pessoas idosas: estudo piloto de ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gomes, Nildete Pereira lattes
Orientador(a): Pedreira, Larissa Chaves
Banca de defesa: Ferraz, Daniel Dominguez, Coelho, Ana Carla Carvalho, Lopes, Arianna Oliveira Santana, Pedreira, Larissa Chaves, Gomes Neto, Mansueto, Reis, Luciana Araújo, Pires, Claudia Geovana da Silva, Guedes, Alex
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Departamento: Escola de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36416
Resumo: Testar a eficácia de uma tecnologia educativa na redução de sintomas musculoesqueléticos apresentados por cuidadores domiciliares de pessoas idosas. Metodologia: Piloto de ensaio clínico randomizado, uni-cego. Os participantes foram cuidadores de idosos cadastrados em um centro de referência ao atendimento à população idosa em Salvador, Bahia. A randomização ocorreu com 45 participantes, alocando 23 no grupo controle e 22 no grupo intervenção. A coleta foi realizada entre setembro e dezembro de 2021, remotamente. Inicialmente, aplicou-se o questionário sociodemográfico e de saúde, questionário nórdico de sintoma osteomuscular e escala visual analógica. A intervenção ocorreu em três etapas: envio e treinamento do manual educativo para orientação acerca do autocuidado; envio e treinamento do vídeo com orientações posturais durante a realização do cuidado ao idoso; acompanhamento duas vezes por semana durante dois meses, por mensagens de texto ou ligação conforme preferência do cuidador, a fim de fortalecer o aprendizado, sanar dúvidas e lembrá-los para a realização diária dos cuidados contidos no manual. Para o grupo controle não foi oferecida intervenção. Após 15 dias da finalização da intervenção foram reaplicados o questionário nórdico de sintoma osteomuscular, considerando apenas a pergunta referente aos sete dias, e escala visual analógica. O desfecho primário é a redução de sintomas musculoesqueléticos apresentados pelos cuidadores. As análises foram realizadas por protocolo do ensaio clínico, utilizando o software livre JAMOVI. Foram utilizadas estatísticas descritivas, os testes t de Student, Qui-quadrado ou exato de Fisher e intervalos de confiança a 95%. Foi considerado como valor significativo p<0,05. Resultados: Dos 45 cuidadores entrevistados a maioria era do sexo feminino (86,7%), filhas (68,9%), na faixa etária entre 26 e 72 anos, negras (88,8%), com ensino médio (46,7%), residentes em bairros periféricos (55,9%), com renda familiar entre um e três salários mínimos (82,2%). Destes, 51,1% cuidam do idoso por tempo superior a 19 horas/dia, 97,8% não fez curso de cuidador, 86,7% cuidam do idoso há mais de um ano, 68,9% têm apoio no cuidado e 64,4% têm orientação de profissional para desempenhar o cuidado. No que tange ao piloto do ensaio clínico randomizado, completaram todas as etapas do estudo 32/45 cuidadores (GI=12 e GC=20). Dos cuidadores participantes do grupo intervenção, nos últimos sete dias, 91,66% apresentaram redução da dor em coluna cervical e joelho, havendo diferença estatisticamente significante (p=0.030). Em relação a intensidade da dor no quadril, 75,0% do grupo intervenção não apresentaram dor ou apresentaram dor leve, diferença estatisticamente significante (p= 0.025). Conclusão: A tecnologia educativa em saúde utilizada no domicílio permitiu a redução de sintomas musculoesqueléticos apresentados nos segmentos corporais cervical, joelho e quadril do grupo intervenção. O estudo fortalece a necessidade de ações voltadas para promoção da saúde de cuidadores de idosos, destacanso que profissionais de saúde devem estar aptos a atender de maneira integral o idoso e seu cuidador por meio dessas ações, visando não somente garantir que o cuidado ao idoso seja realizado com segurança, mas também incentivando o autocuidado do cuidador. Sugere-se a realização de outros estudos para a translação do conhecimento por meio de intervenções educativas para garantir qualidade à saúde física de quem cuida.