Um olhar sobre o léxico utilizado por falantes de comunidades ciganas Calon em três estados do nordeste do Brasil: um diálogo entre língua e cultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Geysa Andrade da lattes
Orientador(a): Ribeiro, Silvana Soares Costa lattes
Banca de defesa: Ribeiro, Silvana Soares Costa lattes, Isquerdo, Aparecida Neri lattes, Souza, Edilma do Nascimento lattes, Mota, Jacyra Andrade lattes, Almeida, Aurelina Ariadne Domingues lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39172
Resumo: A tese de Doutorado buscou a descrição de formas e a recolha da nomeação de itens lexicais associados às Atividades pastoris e ao Vestuário e acessórios despontados pela língua; procurou ainda refletir sobre questões próprias da identidade étnica do povo cigano reveladas por meio do léxico. Parte-se do princípio de que participar de atividades comuns, reconhecer-se por meio da linguagem, compartilhar histórias e, portanto, construir nessa vivência uma memória coletiva é fazer parte de uma tradição. Uma tradição que se revela e se compartilha de diversas formas. Para observar tais reflexões, enfocaram-se aspectos da descrição: (i) de objetos da vida nômade; (ii) das peças dos vestuários e acessórios e (iii) da variação lexical observados nos resultados obtidos após aplicação de um questionário em grupos ciganos vinculados às localidades da rede de pontos pesquisada – Jacobina-BA; Tabira-PE e Condado-PB –, bem como à variação diatópica mapeada e à identidade étnica evidenciada na área temática pesquisada. O referencial metodológico da proposta valeu-se da Geolinguística (CARDOSO, 2010) e seguiu orientação do Projeto Atlas Linguístico do Brasil – ALiB (CARDOSO et al., 2014a) no que diz respeito à estratificação dos informantes-colaboradores por sexo – masculino/ feminino – e por faixa etária – adaptada para três faixas, a saber: faixa I (18 a 28 anos), faixa II (33 a 52 anos) e faixa III (58 a 72 anos) –, distribuídos com regularidade. A pesquisa fundamentou-se teoricamente na Dialetologia, na Sociolinguística, na Lexicologia, na Ciganologia e na Antropologia Linguística. As duas últimas auxiliaram na descrição do léxico específico e no entendimento do uso de elementos próprios da cultura cigana. O instrumento de pesquisa (questionário) possui um total de 141 questões incluindo a aplicação de algumas retiradas do Questionário Semântico-Lexical do ALiB, outras formuladas especificamente para alcançar aspectos culturais da etnia. O instrumento de coleta de dados foi ampliado (adição de novas questões sobre as vestimentas e uso de imagens de roupas ciganas) para a realização de novas entrevistas/inquéritos no momento do recontato com as Calins – autoidentificação das mulheres ciganas do tronco étnico Calon. A amostra foi composta de seis informantes-colaboradores em cada um dos pontos de inquérito localizados nos Estados da Bahia, Pernambuco e Paraíba. As análises e os resultados apontam para denominações lexicais usualmente comuns aos não-ciganos habitantes da área geográfica na qual os grupos ciganos pesquisados estão sedentarizados e evidenciam, por vezes, usos específicos da etnia. Identificaram-se, com destaque, no conjunto dos dados analisados, a diatopia e uma marca identitária como itens que favorecem a variação lexical, constituindo um repositório sociocultural representante dessas comunidades de fala.